ALQUEVA
02 | 09 | 2011 17.19H
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, reiterou hoje que,
perante as "condições atuais de financiamento" do país, "não será
possível terminar, até 2013" o projeto do Alqueva e é necessário
fasear a conclusão da obra.
Destak/Lusa | destak@destak.pt
"É o reajustamento que é preciso fazer para as condições atuais de
financiamento do Estado e, quem não disser isto, creio que não estará
a ser totalmente honesto e sério, até do ponto de vista intelectual",
frisou.
A governante que tutela o Ministério da Agricultura, do Mar, do
Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) falava aos
jornalistas em Montemor-o-Novo, onde visitou o certame agropecuário
EXPOMOR, que decorre naquela cidade alentejana, a par da Feira da Luz.
Assunção Cristas admitiu que as condições financeiras do país se
"deterioraram", em relação, "porventura, ao momento em que foi
decidida a antecipação" da conclusão do Alqueva, durante a governação
socialista de José Sócrates.
"A verdade é que, hoje, as condições são outras e é virtualmente
impossível o Estado manter esse esforço tão concentrado de
investimento" no Alqueva.
A prioridade no que toca à componente agrícola do Alqueva, insistiu a
ministra da Agricultura, é "usar o que já está" feito, ao nível de
regadios, e "mostrar o que se pode fazer e criar boas práticas, para
depois irem sendo replicadas".
"Com toda a sinceridade, [o projeto] tem que ser reescalonado e, ao
mesmo tempo, vamos dar toda a prioridade na mobilização de vontades
para que as terras que já existem de regadio, e já são muitas, mais de
50 mil hectares, possam ser efetivamente aproveitadas", afirmou.
Para a ministra, é "impossível" que as obras do empreendimento
pudessem ser concluídas em 2013, tendo em conta o presente contexto de
financiamento do Estado.
"Para concluir a obra é preciso recorrer à dívida, é preciso que o
estado peça dinheiro emprestado. Eu não tenho o dinheiro no bolso e o
ministro das Finanças também não", sublinhou.
Neste momento, sustentou, Portugal está "sob um programa de auxílio
financeiro", são necessários "cortes de despesa em todo o lado" e o
país não tem "condições para ir ao mercado buscar esse dinheiro todo"
que o Alqueva precisa, sobretudo "nestes dois anos são que os mais
difíceis".
Sobre a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva
(EDIA), gestora do empreendimento, Assunção Cristas disse que estão a
ser avaliadas as hipóteses sobre o futuro da empresa, mas a
"inclinação" é para que "termine".
A ideia é ainda que, se a EDIA for extinta, a rede secundária do
regadio possa vir a ser concessionada às associações de regantes.
http://www.destak.pt/artigo/105142-ministra-da-agricultura-insiste-que-nao-sera-possivel-terminar-projecto-ate-2013
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