domingo, 8 de janeiro de 2012

Lutamos pelo futuro da produção agrícola em Portugal

APROLEP
A APROLEP vai hoje participar numa iniciativa inédita promovida por
várias associações e confederações independentes que decidiram
ultrapassar as diferenças que as caracterizam. Em nome do interesse e
da soberania alimentar nacional, associações, cooperativas,
agricultores e demais actores de toda a fileira agrícola e do meio
rural vão unir-se para exigir que acabe o esmagamento dos preços à
produção que em breve tornará toda a economia rural insolvente
agravando desta forma o défice agro-alimentar nacional.

Iniciando a concentração junto à Direcção Regional de Agricultura e
Pescas em Matosinhos, na Senhora da Hora, queremos dizer à Senhora
Ministra Assunção Cristas que está na Hora de sair do
"superministério", descer à terra e defender os produtores agrícolas
de práticas comerciais que espremem preços, atrasam pagamentos e
promovem importação de produtos que Portugal produz com qualidade e na
quantidade necessária para abastecer o mercado nacional como é o caso
do leite. É necessário e urgente que o Governo Português seja coerente
com a "imperiosa aposta na agricultura para combater o défice
agro-alimentar" e se pronuncie claramente sobre esta matéria.
Precisamos saber com urgência se o Estado é conivente com esta penosa
caminhada para a falência da agricultura nacional.
Vamos depois junto do "Continente" manifestar a indignação dos
Produtores pela utilização abusiva de produtos agrícolas de primeira
necessidade em promoções agressivas como "isco" para atrair
consumidores numa época difícil da nossa economia. Os nossos
produtores ficam revoltados quando vêem o litro de leite ser vendido
num valor quase três vezes inferior ao custo de produção.
Dados divulgados ontem pela organização holandesa LTO apontam cerca de
35,6 cêntimos /kg leite como preço médio pago ao produtor na Europa em
Novembro passado (A principal cooperativa da Holanda pagou 38
cêntimos/kg!!!). Dados do nosso MAMAOT indicam 32,6 cent/kg como preço
médio pago em Portugal continental em Novembro. Estamos há dois anos
com preço abaixo da média europeia na casa dos 3 cêntimos. Onde está a
lógica da importação? Adicionando custos de transporte, transformação
e embalamento, como explicar os preços praticados pelos hipermercados
que dominam o comércio em Portugal?
Queremos ainda dizer aos outros hipermercados "holandeses" que
embarcaram no mesmo tipo de promoções bombásticas e nos dizem "venha
cá", que a seguir "iremos lá" também expressar a nossa indignação. A
sua atitude actual pode parecer doce na análise dos números imediatos
de vendas ou resultados trimestrais, mas a médio e longo prazo terão
um amargo de boca, porque estão a "rebentar" com a economia produtiva
e com os consumidores de que precisam.
A produção agrícola em Portugal não terá futuro sem uma justa
repartição de valor pelos 3 elos da cadeia (produção, transformação e
distribuição). Salvaguardando sempre o custo produtivo, um PREÇO JUSTO
é urgente para que continue a existir agricultura em Portugal.
A Direcção da APROLEP
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/01/07.htm

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