domingo, 11 de março de 2012

Ainda bem que Vítor Gaspar vai controlar

08 Março 2012 | 14:44
Celso Filipe - cfilipe@negocios.pt

Vítor Gaspar vai coordenar todos os fundos comunitários. Ainda bem.
Durante anos, leram-se histórias de dinheiros para a agricultura que
se transformaram em 'jeeps', de fundos entregues a empresas que
acabaram por falir ou de verbas para a formação profissional
distribuídas com base em critérios duvidosos. Acresce que a gestão
deficiente dos fundos vindos de Bruxelas, por parte do Estado, tem
sido recorrentemente considerada ineficiente.

Por isso, é estranho todo este alarido em torno da perda de poderes da
Álvaro Santos Pereira em relação ao QREN. Pela mesma ordem de
raciocínio, Assunção Cristas e Nuno Crato, dois outros ministros que
gerem fundos comunitários, também viram o seu poder diminuído. Deu
mais jeito fazer tiro ao ministro da Economia, por ser o elo mais
fraco, mas esta é apenas uma parte da narrativa. E a menos relevante,
do ponto de vista estratégico.

O que se espera de Vítor Gaspar, enquanto coordenador da comissão
ministerial que vai gerir os fundos, é que consiga impor a visão fria
dos números à dos lóbis, que se têm alambazado com os dinheiros de
Bruxelas. Coordenar, neste particular, significa introduzir
racionalidade económica, monitorizar o andamento dos projectos,
corrigir as deficiências a tempo e horas. Alguém pode pôr em causa que
se queira gerir de forma transparente, e com ganhos evidentes para a
economia, os fundos comunitários? Poder, pode, só que as razões para
tal não serão certamente as melhores.

Vítor Gaspar é, pois, a esperança de que, finalmente, se ponha ordem e
transparência na gestão destes fundos. E, contra isto, batatas.

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