quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Alemão estuda árvores com maior resistência ao fogo

NO ALGARVE



por LusaOntem13 comentários

O estudo de árvores com maior resistência ao fogo, para reflorestar a
serra e evitar a propagação de incêndios florestais, está a ser
desenvolvido por um engenheiro agrónomo alemão no concelho de Silves,
no Algarve.

"A ideia de estudar árvores que possam retardar a propagação de fogos
na floresta surgiu depois de ter visto uma reportagem sobre os grandes
incêndios na Grécia", disse à agência Lusa Gerhard Zabel, o engenheiro
alemão que chegou ao Algarve há 31 anos como responsável de um projeto
de irrigação para a zona do Arade, no âmbito da colaboração
luso-alemã.

O estudo de espécies mais resistentes ao fogo foi iniciado em 2007, na
Quinta da Figueirinha, uma propriedade agrícola com 36 hectares,
adquirida por este técnico em 1988 no barrocal algarvio, focada
inicialmente na agricultura biológica, no turismo rural e na proteção
da vegetação natural.

Contudo, os elevados custos da produção biológica levaram-no a apostar
na área do turismo rural e na criação de espaços de educação
ambiental, jardins temáticos e na investigação de espécies para
desenvolvimento do meio rural.

Segundo Gerhard Zabel, de 70 anos, dada a frequência de fogos
florestais nos países do mediterrâneo, "tinha de se fazer algo para
lutar biologicamente contra os fogos e apostar na prevenção" com
árvores menos inflamáveis.

O projeto, que abrange uma área de cerca de um hectare de várias
espécies de ciprestes, tem a colaboração de técnicos de vários países
e é cofinanciado por fundos comunitários.

"É um projeto de longo prazo com árvores que, através dos estudos,
demonstraram uma melhor adaptação às condições climáticas e dos solos
dos países mediterrâneos", sublinhou aquele engenheiro.

Gerhard Zabel sublinhou que o estudo "já deveria ter sido feito há
muitos anos, para que a floresta fosse ordenada com espécies que
evitassem e retardassem a propagação dos incêndios", recordando os
grandes fogos ocorridos no Algarve em 2004 e 2005.

"Se tivessem sido criadas barreiras com a plantação de árvores com
maior resistência, teria sido mais fácil combater e travar as chamas",
disse.

Segundo o engenheiro alemão, o estudo e ensaio dos ciprestes "será
longo", estimando que "os resultados só sejam conseguidos daqui a
cerca de 20 anos".

"É um longo período, mas será certamente fundamental para preservar as
florestas no futuro", frisou.

Além do estudo das árvores com maior resistência ao fogo, a Quinta da
Figueirinha, a cerca de cinco quilómetros da cidade de Silves, integra
diversas plantações e espaços temáticos, como frutos exóticos e
jardins botânicos, no sentido de contribuir para a educação e
desenvolvimento do meio rural.

"A quinta está aberta a quem a pretender visitar, pois trata-se de um
espaço destinado a mostrar a riqueza do mundo rural", concluiu Gerhard
Zabel.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3540429&page=-1

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