quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Investigadores criam protecção para situações extremas de combate a incêndios

Os ensaios realizados, em laboratório e no terreno, com a simulação de
situações reais, demonstraram que a cobertura é "muito eficaz no
contacto direto com as chamas", asseguram os especialistas

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC)
desenvolveu um "dispositivo térmico inovador" para proteção em
"situações de emergência graves no combate aos incêndios florestais",
anunciou hoje a instituição.

A cobertura térmica criada por especialistas do Centro de Estudos
sobre Incêndios Florestais da UC, "baseada em comportamentos de meios
porosos" e assemelhando-se a "uma capa laminada", resulta de "vários
anos de investigação", salienta uma nota da reitoria da UC, hoje
divulgada.

"De conceção relativamente simples", o equipamento poderá ser usado
para "proteção de viaturas que sejam diretamente atingidas por uma
frente" de fogo ou como abrigo que, naquelas "mesmas condições, possa
garantir a segurança dos agentes envolvidos no combate às chamas".

Os ensaios realizados, em laboratório e no terreno, com a simulação de
situações reais, demonstraram que a cobertura é "muito eficaz no
contacto direto com as chamas", asseguram os especialistas.

Uma viatura exposta a "situação de 'burn over' não sofreu qualquer
estrago", afirmam os investigadores, sublinhando que "a capa não só
protegeu integralmente o veículo durante o tempo de residência das
chamas, como também garantiu uma temperatura tolerável no seu
interior".

Em face da "imprevisibilidade do comportamento dos fogos, que quase
todos os anos e em todo o mundo originam acidentes fatais, esta
tecnologia revela-se bastante promissora para a segurança dos
bombeiros em condições extremas de combate às chamas", salienta Rui
Figueiredo, coordenador da equipa que desenvolveu o projeto.

A proteção agora desenvolvida é "bastante leve, tem uma espessura de
alguns milímetros (da ordem de tês milímetros, no caso ensaiado), de
instalação simples e com consumo reduzido de água", adianta o
investigador e docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.

Testado e comprovado o conceito, "o passo seguinte é pensar na
arquitetura mais adequada" para o desenvolvimento do equipamento,
acrescenta Rui Figueiredo, defendendo que é necessário "apostar num
sistema autoinsuflável, à semelhança do que acontece com os meios de
salvação que equipam as embarcações", como, por exemplo, coletes ou
balsas salva-vidas.

Com a colaboração da indústria, "espera-se que este projeto possa
conduzir à conceção de um protótipo dentro de dois anos e estar no
mercado em fase subsequente", afirma o investigador.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/investigadores-criam-proteccao-situacoes-extremas-combate-incendios/pag/-1

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