quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Exportações agro-alimentares sobem 2,5 por cento este ano

 28-10-2014 

 
A Federação da Indústria Portuguesa Agro-alimentar (FIPA) reviu em alta as estimativas de crescimento das exportações, prevendo atingir 2,5 por cento no final do ano, mas teme os efeitos dos novos impostos na competitividade das empresas.

Um dia antes do V Congresso da FIPA, que se realiza sob o lema "Competitividade e Crescimento", o presidente da organização, Jorge Henriques, manifestou-se «apreensivo» com o próximo ano e pediu «uma fiscalidade mais amiga das empresas» e «menos imprevisibilidade».

O responsável da FIPA apontou os elevados custos de financiamento como um dos principais obstáculos para as empresas, ao qual acrescem os elevados custos da energia e dos combustíveis em Portugal, que teme que se venham a agravar no próximo ano, de acordo com a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2015.

«Tenho esperança de que, na Assembleia da República, sobretudo na discussão da especialidade, haja a lucidez de alterar aquilo que o documento ainda permite que seja revisto», disse, a propósito de uma proposta de OE que não acredita que «vá criar folga nas famílias».

Além disso, há indicadores «que perturbam»: por um lado, criam-se mais impostos sobre alguns produtos, como o sector cervejeiro, que «é uma vez mais atingido»; por outro, tanto consumidores como empresas vão ter um novo imposto sobre os combustíveis, o que deixa os industriais «apreensivos», afirmou Jorge Henriques, lembrando que Portugal já tem os combustíveis e a energia mais caros da Europa e é também o país menos poluidor.

«Se queremos efectivamente estimular a economia não podemos vir, de uma forma velada, porque é o que isto parece, dar cor aos impostos, porque os impostos não têm cor», criticou, aludindo à fiscalidade "verde" que prevê, entre outras medidas, a introdução de uma nova taxa de carbono e a cobrança de dez cêntimos por cada saco de plástico.

«Os consumidores e as empresas não podem pagar duas e três vezes imposto pelo mesmo produto», contestou, explicando que as embalagens já pagam vários impostos antes de chegar à mão dos consumidores.

Quanto às previsões para este ano, superaram as expectativas: «As exportações até ao final de Agosto estavam a crescer a uma média de 2,4 por cento, o que significa, se tivermos em linha de conta o que se passou nos anos anteriores, que o setor voltará certamente a crescer no final de 2014 e que ultrapassará a estimativa que tínhamos feito», ficando acima dos 4.250 milhões de euros que faturou em 2013, avançou. «Pensamos que, até ao final do ano, os últimos três meses acompanharão esta tendência dos 2,5 por cento», adiantou o presidente da FIPA.

Um crescimento inferior aos cerca de oito por cento registados em 2013, «mas ainda assim em contraciclo com a economia em geral», mantendo-se um «comportamento positivo» que ajuda a contornar a estagnação do mercado interno, considerou.

Fonte: Lusa

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