terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Grupo de trabalho vai preparar plano de ação para lobo ibérico


Grupo de trabalho vai preparar plano de ação para lobo ibérico


O secretário de Estado da Conservação da Natureza afirmou hoje que um grupo de trabalho vai preparar um plano de ação para conciliar a proteção do lobo ibérico e das explorações agrícolas, podendo propor alterações da lei.
As medidas incluídas no plano de desenvolvimento rural visando o lobo ibérico "estão a ser trabalhadas e muito em breve estarão em vigor, [quanto ao] plano de ação, os trabalhos arrancarão durante esta semana", disse à agência Lusa o secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto.
"Prevemos que, em função do trabalho deste grupo, que irá desencadear a preparação de um plano de ação, sejam também feitas propostas em sede de revisão da própria legislação que enquadra o lobo ibérico no nosso país", avançou o governante.
O secretário de Estado da Conservação da Natureza visitou hoje um conjunto de concelhos do norte do país, onde se regista a presença de lobos ibéricos, para recolher informações e opiniões, de agricultores e de autarcas, acerca do que tem acontecido nas explorações agrícolas.
Nos últimos tempos, disse Miguel de Castro Neto, tem havido informação, divulgada na comunicação social, dando conta de que "há um crescendo de preocupação das populações" relativamente a este problema.
Atualmente, a legislação prevê o pagamento de indemnizações pelo Estado aos agricultores que tenham prejuízos decorrentes de ataques do lobo ibérico.
O assunto tem sido tratado no programa de desenvolvimento rural, juntamente com o Ministério da Agricultura e do Mar, com medidas para contribuir para a resolução do problema.
Assim, foi feito um esforço para "incluir algumas medidas tendentes, não apenas a indemnizar pelas perdas sofridas, mas também [para] termos uma gestão pró ativa da presença do lobo ibérico nos territórios históricos da sua existência", disse o secretário de Estado.
Nesse sentido, o programa de desenvolvimento rural tem medidas de apoio à manutenção de cães de gado e ao investimento em cercas, que permitam proteger o gado nos locais onde pernoitam.
"Hoje conhecemos experiências de produtores que têm cães de gado que permitem proteger, de forma eficaz, os animais dos ataques do lobo", salientou o governante.
Os responsáveis esperam arrancar com os trabalhos com todas as entidades envolvidas nesta problemática, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), às organizações de agricultores, organizações não-governamentais do ambiente e autarquias, de modo a "perceber quais os problemas no terreno".
"Se é certo que queremos proteger esta espécie que é o lobo ibérico, também queremos garantir que essa proteção não coloca em causa a atividade agrícola e a presença humana nestes territórios em que o desenvolvimento económico e sustentável é fundamental no combate à desertificação", salientou Miguel de Castro Neto.
Diário Digital com Lusa

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