sábado, 31 de janeiro de 2015

Portugal quer duplicar exportações de frutas e hortícolas nos próximos cinco anos

30-01-2015 
 

 
O sector das frutas e legumes quer duplicar até 2020 o valor das exportações alcançadas no último ano, apontou o presidente da Portugal Fresh, tendo em conta o aumento do consumo destes produtos e das suas exportações.

Para a divulgação internacional dos seus produtos e para aumentar as suas exportações, mais de 40 produtores nacionais vão, a partir de quarta-feira, mostrar a sua oferta na Alemanha, em Berlim, na Fruit Logistica, considerada a maior feira mundial de promoção do sector.

«Esta feira é muito importante porque temos uma meta para o sector, que é chegarmos aos dois mil milhões de euros de frutas e legumes exportados em 2020 e esta é uma oportunidade de negócio, estar nessa feira para construir esse negócio até 2020», disse o presidente da Portugal Fresh (Associação para a promoção das Frutas, Legumes e Flores).

Manuel Évora falava na apresentação do certame, que ocorreu numa cooperativa de produtores de pera rocha, no Cadaval. Representando cerca de 200 mil hectares de área de cultivo, as frutas e legumes portugueses contribuem por ano com 2.500 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB), sendo 40 por cento exportados.

Apesar da crise e das pressões dos mercados nos preços, é nas exportações que Portugal tem tirado maiores dividendos, diferenciando os seus produtos. A Portugal Fresh, baseando-se em dados ainda provisórios, estima que o sector encerrou o ano de 2014 com 1.100 milhões de euros facturados nas exportações, o que corresponde a um aumento de 10 por cento face a 2013, com 998 milhões de euros e cerca de 45 por cento face a 2010, com 780 milhões de euros.

Também presente na apresentação, a ministra da Agricultura sublinhou que as exportações do sector agro-alimentar «têm crescido 10 por cento ao ano» e a pêra rocha é um exemplo, com «um saldo positivo de 50 milhões de euros».

O défice no sector agro-alimentar «diminuiu 1.200 milhões de euros entre 2012 e 2014, situando-se agora nos 2,6 mil milhões», realçou Assunção Cristas, para quem as metas para 2020 vão ser superadas, se o sector continuar dinâmico como até agora.

Para os números, contribui o aumento do consumo de hortícolas, 58 por cento de 2008 para 2012, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), apesar de se registarem decréscimos nas frutas, de 10,6 por cento e noutros produtos, como carne, peixe, vinhos e leite.

As preferências dos consumidores estrangeiros estão na pera e laranja portuguesas, com 100 mil toneladas exportadas, seguindo-se a maçã, com 20 a 25 mil toneladas. Nos hortícolas, o maior volume de exportações é de tomate, com 100 mil toneladas, batata, 60 mil e cenoura, 25 mil.

Os principais mercados dos legumes e frutas portugueses são Espanha, com 28 por cento, França, com 14 por cento, Reino Unido, com 10 por cento, Países Baixos, com nove por cento e  e Angola, cinco por cento.

A estratégia de internacionalização dos produtos tem permitido chegar a mercados emergentes, não só em países da América Latina, como o Brasil, ou de África, como Marrocos e Angola, mas também do Oriente, como é o caso do Dubai.

Ao contrário das exportações, as importações nacionais de legumes e frutas têm vindo a diminuir, contribuindo para vir a ter uma balança comercial positiva. A associação estima que, em 2014, Portugal tenha gasto 1.150 milhões de euros em importações, abaixo de 2013, com 1.235 milhões e semelhante aos cinco anos anteriores.

Os países que mais exportam para Portugal neste sector são a Espanha, com 52,4 por cento; França, 9,1 pontos percentuais; Países Baixos, com 7,4 pontos; Bélgica, 3,7 por cento e África do Sul, com três por cento. Entre as preferências dos portugueses continua a estar a banana, mas são os produtos tropicais, como a banana, abacaxi, manga, papaia, mamão e lima, que são mais importados.

Fonte: Lusa

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