terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Produção de vinho estável em Portugal e em queda livre na Europa

 26-01-2015 
 

 
A produção de vinho em Portugal atingiu os 6,2 milhões de hectolitros no ano passado, o que representa uma quebra ligeira, de 0,8 por cento, face ao ano anterior, revelou o Instituto da Vinha e do Vinho.

Este resultado contrasta com o recuo médio de oito por cento previsto para o conjunto da União Europeia, onde se destacam as péssimas campanhas de Espanha, com -18 por cento e de Itália com -15 por cento.

A vindima de 2014 acabou por ser menos dolorosa do que faziam crer as previsões avançadas no Verão pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e pelas regiões demarcadas. Nessa altura, os dados apontavam para quebras quase generalizadas nas principais áreas de produção, o que acabou por não se verificar em algumas delas.

Um olhar nacional pelos resultados da campanha permite, no entanto, perceber que o ano foi mau no Norte, com doenças e mau tempo a afectarem o desenvolvimento das uvas e a colheita, mas este cenário acabou por ser compensado no Sul, com algumas regiões a apresentarem crescimentos robustos, como é o caso da península de Setúbal, com mais 22 por cento.

Globalmente, no Centro e no Norte do país, a produção caiu cerca de 10 pontos percentuais, com o Minho a apresentar o maior recuo, de 14 por cento, seguido do Douro, onde a colheita caiu cerca de oito por cento. No Sul, verifica-se um aumento de produção de cerca de nove por cento, com a península de Setúbal a liderar destacadamente os ganhos, seguida do Tejo, mais 17 por cento e do Alentejo, mais nove pontos percentuais.

Nas regiões do Sul, o facto de não ter havido chuva significativa no período das vindimas, como aconteceu no Centro e no Norte, acabou por pesar no resultado final obtido.

O nível de produção alcançado é fundamental para manter os stocks nacionais e garantir os níveis de exportação, aproveitando as dificuldades que alguns dos maiores produtores europeus irão enfrentar.

No ano passado, até Setembro, Portugal exportou cerca de 1,6 milhões de hectolitros de vinho, o que representa um recuo de cerca de nove por cento face ao período homólogo de 2013. Mas o valor apurado aumentou, embora de forma ligeira, 0,3 por cento, o que significa que o valor cobrado por litro teve um incremento significativo.

As exportações portuguesas de vinho renderam, nos três primeiros trimestres, cerca de 502 milhões de euros, dos quais 466 milhões são atribuíveis a vinho engarrafado.

Fonte: Público

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