sábado, 31 de janeiro de 2015

Melgaço pede explicações ao Governo sobre alargamento da produção de Alvarinho


29-01-2015 18:03 | Norte
Fonte: Agência Lusa 
Melgaço, Viana do Castelo, 29 jan (Lusa) - A Câmara de Melgaço anunciou hoje ter enviado uma carta à ministra da Agricultura e do Mar a questionar os motivos e a pedir as fundamentações técnicas que estão na base do alargamento da produção de vinho Alvarinho.

NO comunicado a dar conta do envio da missiva a Assunção Cristas, a autarquia liderada pelo socialista Manoel Batista afirmou que o Grupo de Trabalho do Alvarinho (GTA), constituído pelo Governo para negociar a denominação daquele vinho na região, "não apresentou qualquer fundamentação técnica que justificasse o fim do regime de singularidade da Sub-região", constituída pelos municípios de Melgaço e Monção.

Manoel Batista denunciou ainda "a estratégia dos interessados na alteração das regras de produção e rotulagem, que ofuscaram a opinião pública afirmando que teria sido a Comissão Europeia a determinar o fim da exclusividade da Sub-Região".

"Até hoje, e apesar dos sucessivos pedidos, nenhuma das entidades competentes facultou à Sub-Região de Monção e Melgaço qualquer tipo de acesso ou informação sobre o teor dos esclarecimentos efetivamente pedidos pela Comissão Europeia", lê-se no documento hoje enviado à imprensa.

Em causa está o acordo alcançado no passado dia 13 pelo GTA, liderado pela Comissão de Viticultura dos Vinhos Verdes (CVRVV), defensora do alargamento da produção aos 47 municípios, que prevê, entre outras medidas, a utilização pelos produtores de Alvarinho de Monção e Melgaço de "um selo de garantia".

Os produtores dos dois municípios, que juntos continuem a Sub-Região que até agora detinha a exclusividade de produção de Alvarinho, vão ainda dispor, segundo aquele acordo, de três milhões de euros para investir em promoção, nos próximos seis anos.

Na missiva enviada a Assunção Cristas, o autarca socialista de Melgaço acrescentou que "a massificação da produção de Alvarinho apenas conduzirá ao seu desprestígio e à sua transformação em apenas mais um vinho branco produzido em Portugal".

O município adiantou que, juntamente com a carta dirigida à ministra da Agricultura e do Mar seguiu uma cópia de um abaixo-assinado de contestação ao alargamento que ainda está a decorrer na sub-região.

O documento que, segundo a autarquia, já reúne mais de três mil assinaturas foi também remetido ao secretário de Estado da Agricultura e ao Presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IPVV).

ABYC // MSP

Lusa/Fim

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