segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Greve nos portos nacionais ameaça travar o País

Paralisação
Elisabete Felismino
09/01/12 00:05
A paralisação dos portos ameaça os 'stocks' de vários sectores, entre
os quais os combustíveis.
Paralisação penaliza exportações. Operadores portuários falam em
perdas de um milhão por dia.
Os principais portos nacionais - Sines, Setúbal, Lisboa, Figueira da
Foz, Aveiro, Viana do Castelo - estão em greve, desde a meia-noite de
hoje. A acção, que irá prolongar-se durante uma semana (até dia 14),
ameaça paralisar o País, bloquear as exportações e deverá atingir
vários sectores de actividade, sobretudo combustíveis, distribuição,
indústria, automóvel e agro-alimentar .

Os operadores portuários estimam perdas de cerca de um milhão de euros
por dia. Esta previsão já exclui o porto de Leixões, cujos
trabalhadores não irão paralisar e tem em conta que a greve não deverá
ter grande repercussão em Sines.
O presidente da Associação dos Agentes de Navegação de Portugal
(Agepor), quando contactado pelo Diário Económico, falou em "prejuízos
de várias dezenas de milhões de euros para o conjunto da economia
nacional".
A greve foi convocada pela Confederação dos Sindicatos Marítimos e
Portuários (Fesmarpor). Na base desta paralisação está a falência da
Empresa de Trabalho Portuário de Aveiro (ETP), noticiada em primeira
mão pelo Diário Económico. A Fesmarpor acusa os accionistas da ETP -
Socarpor, uma participadas da Mota-Engil e a empresa de Tráfego e
Estiva (Aveiport) e numa menor participação pelos trabalhadores - de
intentarem abusivamente e sem escrúpulos, fazer cessar o vínculo
contratual efectivo de 62 trabalhadores". Apesar de ter dado sinais de
disponibilidade para negociar, a verdade é que parece não ter havido
qualquer reunião para solucionar o conflito.
Empresas avançam com planos alternativos
As principais empresas exportadoras nacionais estão receosas com o
efeito da greve, apesar de muitas terem em marcha planos alternativos
para reduzir as perdas provocadas pela paralisação dos portos
nacionais, como o Diário Económico avançou em primeira-mão.
A Vicaima, liderada por Arlindo Costa Leite considera que uma greve de
seis dias "coloca as empresas que recorrem aos portos numa posição de
incumprimento". Para Costa Leite haverá lugar a "uma diminuição
drástica da produtividade com prejuízos incalculáveis". Na Vicaima 60%
da produção é transportada por via marítima. O plano de contingência
pode passar por "usar transporte rodoviário".
A Sonae Indústria admite que poderá adoptar uma solução para
transporte de carga contentorizada.
Já Galp, apesar de não comentar esta situação, poderá, segundo fontes
contactadas pelo Diário Económico, accionar planos de prevenção e a
aumentar o armazenamento de combustíveis.
Na distribuição, fonte oficial da Jerónimo Martins assume que poderá
sentir os efeitos desta paralisação nos Açores e na Madeira, mas "não
prevemos que em Portugal Continental a greve tenha impacto".
No escoamento de carros da VW Autoeuropa também se prevêem atrasos.
António Chora, coordenador da comissão de trabalhadores da VW
Autoeuropa, adianta que "nas exportações, uma vez que utiliza o porto
de Setúbal, poderá haver algum atraso no escoamento de carros". Mas
adianta: "Se a greve durar apenas uma semana, como a fábrica só
reinicia a produção dia 9, o impacto ainda será pouco significativo".
A Renault, por seu turno, admite que se "a greve for prolongada pode
afectar o fluxo da exportação".
http://economico.sapo.pt/noticias/greve-nos-portos-nacionais-ameaca-travar-o-pais_135379.html

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