domingo, 30 de setembro de 2012

Greve portuária ameaça exportações de vinho para o Natal

28 Setembro 2012 | 16:33
António Larguesa - alarguesa@negocios.pt

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Clientes estrangeiros ameaçam cancelar as encomendas se houver atraso
nas entregas. Empresas de vinhos do Sul estão a desviar contentores de
Lisboa para Leixões, onde os trabalhadores não fazem greve.
A Associação dos Comerciantes e Industriais de Bebidas Espirituosas e
Vinhos (ACIBEV) enviou uma carta aos ministros da Economia e da
Agricultura, alertando para os prejuízos que as greves dos
trabalhadores portuários estão a provocar no sector vitivinícola
português. Esta é a época alta para o sector, dado que é a altura em
que são expedidas as encomendas para venda durante o período de Natal
e passagem do ano.

"Numa altura em que as empresas estão a ter elevados prejuízos, devido
à quebra no consumo interno decorrente da situação financeira do País,
a ACIBEV considera inaceitável que o sector portuário, não obstante
toda a legitimidade que lhe assiste, esteja a por em causa o enorme
esforço que o sector vitivinícola nacional está a fazer para aumentar
as exportações, contribuindo para a recuperação económica de Portugal
e a manutenção de inúmeros postos de trabalho", denuncia a ACIBEV.

Através de comunicado assinado pela secretário-geral, Ana Isabel
Alves, a associação que representa os comerciantes de vinhos alerta
que "alguns clientes já informaram que, se as empresas não conseguirem
entregar as encomendas dentro dos prazos pretendidos, poderão vir a
cancelar as mesmas porque as mercadorias não estarão no destino a
tempo de serem escoadas".

Mais de metade (53%) do vinho produzido em Portugal segue para a
exportação, que valeu 675 milhões de euros em 2011. Algumas empresas
que costumam exportar através do porto de Lisboa já começaram a
desviar contentores para o porto de Leixões, "com elevados custos de
transporte". Uma despesa que é "difícil de aceitar" para as empresas
de vinho, uma vez que, garantem, estão já a operar "dentro de um
equilíbrio orçamental com pouca margem para gastos adicionais".

Ao fim de duas semanas de greves nos portos portugueses, os
estivadores, pilotos e administrações portuárias prometeram hoje
prosseguir a luta até as suas reivindicações serem negociadas com o
Governo.

Neste contexto, a ACIBEV fala ainda da incerteza dos operadores
económicos quando acontecem estas greves alternadas que impossibilitam
a entrega das mercadorias nos portos, seja porque não podem entrar os
contentores, seja porque as escalas dos navios são canceladas.

"Quando as empresas conseguem entregar o contentor nunca sabem qual
vai ser o custo, pois se um contentor ficar paralisado em cima de um
camião durante várias horas o transportador pode debitar essas horas",
antecipam os comerciantes e industriais de vinhos.

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