domingo, 21 de outubro de 2012

Prejuízos de 10 milhões no Caldeirão continuam à espera de linha do Proder

POR HUGO RODRIGUES ⋅ 17 DE OUTUBRO DE 2012 ⋅ 10:51 ⋅ COMENTAR

Os prejuízos no tecido produtivo provocados pelo incêndio que assolou
a Serra do Caldeirão em julho foram avaliados em cerca de 10 milhões
de euros e deverá ser lançada uma linha de apoio, com fundos do
Programa Proder, para a sua recuperação. Este apoio ainda não tem data
para ser lançado, mas o presidente da Câmara de Tavira Jorge Botelho
defende a sua urgência.

«Estamos a falar de árvores, colmeias, motores de rega,
motocultivadores…tudo o que foi perdido e tem de ser recuperado.
Estamos à espera que a linha Proder abra, para que os produtores que
já preencheram as fichas de identificação de danos junto do Ministério
da Agricultura possam candidatar-se e usufruir da comparticipação de
75 por cento», disse Jorge Botelho ao Sul Informação, à margem de uma
visita de autarcas a zonas afetadas pelo fogo em Tavira, no sábado.

Quanto à data para lançamento da linha, para Jorge Botelho «era
ontem». «O fogo queimou tudo, as vidas ficaram destruídas, grande
parte delas muito abaladas nos próximos anos. Agora, é importante que
aqueles que ainda têm força e vontade para investir poder contar com
este apoio», ilustrou.

Apesar da elevada comparticipação, há um forte receio por parte das
autarquias dos concelhos afetados que haja muitas vítimas dos
incêndios que já não avancem para a recuperação dos seus bens, dada a
sua idade avançada. Uma consequência da desertificação do interior e
uma preocupação que tanto Jorge Botelho, como António Eusébio,
presidente da Câmara de São Brás de Alportel, têm vindo a expressar.

Um fator que não deverá ser tão notório na linha Proder para
estabilização pós-incêndio, que já foi aberta e cujo prazo de
candidaturas acaba a 31 de outubro.

Aqui os apoios servirão para «retirar madeiras ardidas, estabilizar
taludes e tentar impedir a inquinação das águas subterrâneas» e
passará em grande medida pelas Zonas de Intervenção Florestal (ZIF),
num trabalho que está a ser liderado pela Associação de Produtores
Florestais da Serra do Caldeirão.

O nosso jornal tentou ao longo de mais de um mês obter informação
junto do diretor regional de Agricultura sobre os prejuízos apurados
no relatório produzido pelos serviços do Ministério da Agricultura,
concluído desde final de agosto, e sobre os prazos para o lançamento
de uma linha de apoio, mas este esclarecimento nunca foi dado por
alegada falta de disponibilidade de Fernando Severino.

http://www.sulinformacao.pt/2012/10/prejuizos-de-10-milhoes-no-caldeirao-continuam-a-espera-de-linha-do-proder/

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