domingo, 20 de janeiro de 2013

Subida do IVA para o vinho seria 'desastrosa'

19 de Janeiro, 2013

Comerciantes e produtores do Douro consideram que a subida do IVA do
vinho para os 23 por cento, sugerida pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI) será "desastrosa" para a região e traduzir-se-á
numa quebra imediata nas vendas.
O FMI refere num relatório publicado sexta-feira e que acompanha a
sexta avaliação do programa de ajustamento português, que alguns dos
bens e serviços que estão actualmente nas taxas reduzidas e intermédia
não são de necessidades básicas, tais como o vinho.

Neste caso sugere que a taxa, actualmente nos 13 por cento, poderá
passar para os 23 por cento.

Estas notícias lançaram grandes nuvens de preocupação sobre a Região
Demarcada do Douro, onde os vinhos do Porto e Douro representam cerca
de 480 milhões de euros anuais de volume de negócios.

António Saraiva, da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP),
afirmou à agência Lusa que, se o Governo acatar a sugestão do FMI,
esta subida significará uma "quebra imediata nas vendas"

"Numa altura em que o Governo demonstra que há uma certa aposta no
sector primário, nomeadamente na agricultura, tudo que vá originar
quebras de vendas será desastroso", salientou.

António Saraiva espera que prevaleça o "bom senso" para que não se
penalize mais este sector que já atravessa tantas dificuldades.

Para os pequenos e médios produtores durienses esta subida iria
"complicar ainda mais" uma situação que "já é dramática".

"Não temos dúvidas de que vai ser mais uma razia, um problema que
teremos que enfrentar e que terá repercussões a nível das vendas dos
vinhos", afirmou Vítor Herdeiro, vice presidente da Associação dos
Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO).

E, para o responsável, quem "mais uma vez irá pagar a factura será o produtor".

A queixaram-se de uma crise que já se arrasta há mais de uma década,
os pequenos e médios viticultores temem que não conseguirão aguentar
mais este "grave problema" e apelam ao Governo para que não ceda à
proposta do FMI.

À baixa do preço do vinho pago aos lavradores, juntam-se outras
dificuldades como o aumento dos factores de produção essenciais à
vitivinicultura, como combustíveis ou produtos de tratamento das
vinhas.

Na mais antiga região demarcada do mundo, os viticultores prometem
agora ficar atentos e sair à rua em protesto se o executivo de Pedro
Passos Coelho resolver avançar com o aumento do IVA.

No ano passado, também esteve em cima da mesa a subida da taxa
intermédia do IVA para o vinho. Neste caso, o Governo decidiu manter a
taxa em vigor devido à relevância do sector para a agricultura
nacional.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=66649

Sem comentários:

Enviar um comentário