segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Associações de Portugal e Espanha criam empresas para produção de romã

LUSA 04/02/2013 - 16:45
O objectivo principal das empresas é "promover a cultura da romã em
Lepe e em Aljustrel", nomeadamente cultivo, transformação,
distribuição e comercialização do fruto.


RUI GAUDÊNCIO

Uma associação portuguesa e outra espanhola criaram duas empresas, no
Alentejo e na Andaluzia, para promoverem a produção de romã, fruto com
"interesse mundial muito grande", devido ao seu "poder antioxidante",
revelou esta segunda-feira um responsável do projecto.

As empresas, com os mesmos estatutos, conselho de administração e nome
(Ibergranatum), foram criadas pela portuguesa Associação de
Beneficiários do Roxo (ABR) e pela espanhola Associação Geral de
Empresários de Lepe (Agelepe), após conversações entre ambas, na
sequência de um protocolo entre a Câmara de Aljustrel e o Ayuntamiento
de Lepe.

As associações são as accionistas e detêm 50% do capital de cada uma
das empresas, sendo que a portuguesa, criada nesta segunda-feira, está
sediada na ABR, na aldeia de Montes Velhos, no concelho de Aljustrel,
no Baixo Alentejo, e a espanhola, criada no passado mês de Novembro,
tem sede na Agelepe, na zona de Lepe, na província de Huelva, na
Andaluzia (Espanha). O objectivo principal das empresas é "promover a
cultura da romã em Lepe e em Aljustrel", nomeadamente cultivo,
transformação, distribuição e comercialização do fruto, "garantindo o
escoamento da matéria-prima", disse à agência Lusa o presidente da
ABR, António Parreira.

A cultura da romã, que tem "potencial", adapta-se e é capaz de
promover o desenvolvimento económico de Aljustrel e Lepe, tem vindo a
ganhar "um interesse mundial muito grande, devido ao seu poder
antioxidante", frisou, referindo que o fruto tem "numerosas formas de
aproveitamento" nas indústrias alimentar e farmacêutica.

A escolha de Lepe para instalar a empresa espanhola deveu-se à
experiência do município na produção de culturas de regadio, como as
hortícolas e frutícolas, e às estruturas de transformação e
comercialização que desenvolveu, disse. A opção por Aljustrel para
instalar a empresa portuguesa deveu-se à área regada pela albufeira do
Roxo, que, actualmente, ronda 7000 hectares e poderá chegar, "a curto
prazo", a 23.000 hectares, "uma vez que já está concluída a ligação
Alqueva-Roxo", explicou.

Segundo António Parreira, inicialmente, as zonas de influência das
empresas serão os concelhos de Aljustrel e limítrofes, beneficiados
pela albufeira do Roxo, e o município de Lepe, prevendo-se que sejam
alargadas "o mais possível" a nível nacional e internacional. "Quantos
mais agricultores e instituições estiverem ligados" ao projecto,
"melhor" será a "penetração" das empresas nos mercados nacional e
internacional, frisou.

António Parreira disse esperar que a adesão de agricultores ao
projecto e à produção de romã "venha a ser muito positiva", porque se
trata de uma cultura "interessante para as zonas regadas".

As expectativas de produção de romã são "boas", devido ao "entusiasmo
dos agricultores" para a cultura, que, segundo um estudo técnico
encomendado pelas associações, "poderá ter um interesse económico
bastante elevado", disse.

Cerca de 40% da produção de romã no âmbito do projecto das empresas
será comercializada em fresco e o restante servirá para produtos
transformados, disse, frisando que é possível "rentabilizar a cultura"
apenas com aquelas duas vertentes.

Para comercializar os frutos produzidos, as empresas, "inicialmente",
vão estar "focadas" nos mercados português e espanhol, mas também
pensam noutros e irão procurar "os melhores" para a romã e produtos
derivados, disse.

http://www.publico.pt/economia/noticia/associacoes-de-portugal-e-espanha-criam-empresas-para-producao-de-roma-1583271

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