quarta-feira, 20 de julho de 2011

Figo algarvio vai para a garrafa

Aguardente: Produção do fruto dá origem a 50 mil litros por ano
José Basílio olha para as pouco mais de 30 figueiras que tem
plantadas. Neste terreno, em Prego, no começo da serra, no concelho de
Tavira, consegue levar o tractor até ao pomar. Uma 'facilidade' que
aproveita para tirar algum sustento dos frutos. Vende os figos à
Cooperativa de Santa Catarina de Fonte do Bispo. Por cada arroba
recebe quatro litros de aguardente.
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Por:João Mira Godinho


"Já ninguém vende os frutos para consumo, não compensa", explica o
agricultor, nascido e criado em Tavira. "O que quase toda a gente faz
é vender os figos para aguardente", acrescenta.
Divididas em pequenos grupos, por estreitas faixas de terreno, as
figueiras perderam preponderância na economia agrícola algarvia. "Como
na região não há grandes propriedades, a apanha é complicada, não se
consegue fazer com máquinas", continua José Basílio, acrescentando que
"os produtores nunca têm grandes quantidades e mais vale vender às
cooperativas".
A de Santa Catarina de Fonte do Bispo, a poucos quilómetros do Prego,
é das mais antigas e das maiores cooperativas na região. Anualmente
produz entre 25 e 50 mil litros de aguardente de figo. Cada garrafa (1
litro) é vendida ao público a 7 ou 8 euros.
"Ainda há quem apanhe figos para os secar ou para fazer 'estrelas'
[figo com amêndoa], mas são mais os pequenos produtores que há pela
serra, que também vendem a algumas lojas ou supermercados", refere
José Basílio. "Os frutos que vemos nas grandes superfícies são, na sua
quase totalidade, estrangeiros."
AZEITE NO INÍCIO DA COOPERATIVA
O nome original é Cooperativa Agrícola de produtores de Azeite, pois
foi com oliveiras que começou. Mas a associação de Santa Catarina de
Fonte do Bispo diversificou-se. Além de manter o azeite, agora produz
aguardente de figo, alfarroba e medronho, bem como licores e outros
derivados de frutos algarvios.
DISCURSO DIRECTO
"MAIORIA NÃO DISTINGUE MEDRONHO", João Leal, Dir. Coop. Santa Catarina
de Fonte do Bispo
CM – O figo está ao abandono no Algarve?
João Leal – Não está ao abandono mas a dimensão dos produtores é tão
pequena que é complicado.
– A produção compensa?
– Temos 700 ou 800 agricultores que nos vendem figo. A maioria nem
escolhe os frutos, espera que caiam da árvore e depois vem vender.
– Para produzir aguardente?
– Sim, é para produzir aguardente. A aguardente de figo, por ser mais
barata, é vista como a 'parente pobre' do medronho, que chega aos 20
euros o litro. Mas a maioria das pessoas nem distingue a diferença
entre as duas.
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=B181CDFB-03CE-4D65-A419-564EA139D68F&channelID=00000009-0000-0000-0000-000000000009

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