OPINIÃO
João Dinis
Ministra que não o é apenas da Agricultura mas também do Mar, do
Ambiente e Ordenamento do Território - de um "tal" MAMAOT . Portanto,
um "super" Ministério a exigir uma Ministra "super". Por exemplo, já
imaginaram o que será ir e vir de Bruxelas, de avião, em classe
económica, aos consecutivos Conselhos Europeus da Agricultura, das
Pescas, do Ambiente e etc ?...
Ministra que o é porque para o efeito foi indicada pelo Presidente do
CDS / PP, homem ciclicamente dado a incursões eleitorais pelo Sector
Agrícola.
Tem um "Programa" de Governo que mais é um "programa de intenções" de
tão generalista. Os respectivos "objectivos estratégicos" podem ir dar
a um lado ou a outro, depende.
Mas a questão - a incontornável questão de sistema - é que o real
"programa" deste Governo está formatado e condicionado pelos acordos e
imposições das "tróikas" ou seja, é mais importante e esclarecedor
ler-se esse acordo que o "Programa" deste Governo.
De facto, com as imposições e as fiscalizações trimestrais das
"tróikas", vai haver mais cortes e restrições ao investimento público
no Sector - o que compromete a execução do PRODER e de outros
programas, também por aí comprometendo verbas comunitárias
disponíveis. Vai haver aumento da carga fiscal, sobretudo do IVA - o
que vem encarecer ainda mais os custos dos Factores de Produção, vem
prejudicar as nossas exportações e facilitar ainda mais as
importações. Logo, lá vai continuar a aumentar o já "suicida" défice
agro-alimentar do nosso País.
Ao mesmo tempo, a contínua redução do poder de compra dos Portugueses,
também vem prejudicar a Produção Nacional com a falta de escoamento e
mais baixas dos preços à produção ( sem que necessariamente também
baixem no consumo…).
Fala-se agora muito da "Produção Agro-Alimentar Nacional" e pelo menos
falar não custa. Porém, os principais governantes, enquanto falam na
necessidade estratégica de aumentar a produção nacional, estão já a
preparar o completo desligamento das ajudas públicas da produção, por
exemplo ao Arroz e aos Frutos Secos. E fazem isso sem que eles
próprios já duvidem que o desligamento das Ajudas da Produção é forte
factor de redução da Produção Nacional ! Então, em que ficamos ?
"Ar cool" ou "Ar hot" ?
A "espalhafatosa" campanha do tirar as gravatas do pescoço dos
funcionários do MAMAOT para também por aí de reduzir a despesa
pública, essa ministerial campanha corre o risco de provocar o
escárnio. De qualquer forma, não é original pois dessas e de outras
parecidas já mais países e governantes se fartaram de lançar.
Entretanto, espicaçado, eu cá pensei numa campanha congénere:- levar
os funcionários do MAMAOT ( e de outros Ministérios…) a usarem um
mantinha quente pelo Inverno para evitar "ligar o ar condicionado".
Uma mantinha, claro que comprada pelos mesmos funcionários… Porém,
cedo desisti da "originalidade". Afinal, Salazar já tinha feito isso
de levar a mantinha quente, no caso para o seu salazarento trabalho…
João Dinis
Publicado em 20/07/2011
http://www.agroportal.pt/a/2011/jdinis4.htm
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