20 milhões de garrafas
O Mateus Rosé é um vinho rosado, leve, fresco, aromático e
ligeiramente adocicado. Nasceu em plena II Guerra Mundial mas depressa
conquistou o paladar de portugueses e estrangeiros. A Sogrape produz
cerca de 20 milhões de garrafas Mateus Rosé por ano, o correspondente
a 2,4 milhões de euros.
19 Julho 2011Nº de votos (0) Comentários (0)
Por:Manuela Teixeira
O vinho rosé tem um simples segredo de produção: o método de
vinificação a partir das uvas tintas. São usadas cubas próprias para o
efeito, onde as uvas são deixadas a macerar entre duas a vinte horas,
procedendo-se depois à sangria. Um método simples, experimentado há
cerca de 70 anos por Fernando Van Zeller Guedes e que fez a diferença
entre os vinhos de mesa. Foi assim que nasceu o Mateus Rosé, em 1942,
dando origem a um tipo de bebida alcoólica diferente e que agradou
desde a primeira prova. Outras marcas nacionais seguiram o exemplo do
Mateus Rosé. Outros produtores estrangeiros tentaram imitar o vinho
rosado mas nunca conseguiram apurar o tradicional sabor frutado com
teor alcoólico que varia entre os 12 e os 13,5 graus.
O sucesso do Mateus Rosé conquistou o mundo já nos anos 60 do século
passado. As exportações começaram para o Brasil, Angola e Moçambique.
Depois para o Reino Unido e EUA. Actualmente, bebe-se Mateus Rosé em
cerca de 140 países dos cinco continentes. A Sogrape exporta até para
Timor--Leste. A grande parte da produção anual de 20 milhões de
garrafas de Mateus Rosé é para a exportação, embora em Portugal seja
também apreciado e líder de vendas entre os vinhos de mesa correntes e
a preços acessíveis.
"A Sogrape faz questão de recomendar quais os preços a que os vinhos
devem ser vendidos ao público nos diversos estabelecimentos
comerciais", disse ao CM Rita-Vilas Boas, directora de marketing da
empresa sediada em Avintes, Gaia. O Mateus Rosé também evoluiu ao
longo dos últimos anos.
Do original, nasceu o aragonês com variantes e, mais recentemente, o
espumante Sparkling Rosé. "Está a ser também um sucesso, tal como
aconteceu com os outros rosés", salienta Rita Vilas--Boas.
APRECIADO POR REIS, ESTADISTAS E ESTRELAS
Fernando Van Zeller Guedes criou o Mateus Rosé em 1942 e desenhou a
garrafa inspirado nos cantis dos soldados. Para promover a marca no
Mundo, enviou duas garrafas a cada embaixador português, pedindo-lhes
que provassem o vinho e, se gostassem, o dessem a provar a um amigo
local. Uma campanha publicitária barata e eficaz.
E assim o Mateus Rosé conquistou o gosto da rainha Isabel de
Inglaterra, do Papa Paulo VI, de Calouste Gulbenkian, da fadista
Amália Rodrigues e de Jimmy Hendrix, guitarrista americano. Amália e
Hendrix até fizeram campanhas publicitárias da marca. O líder cubano
Fidel Castro resistiu à americana Coca-Cola mas rendeu-se ao português
Mateus Rosé. Os líderes africanos Amílcar Cabral (Guiné), Agostinho
Neto (Angola) e Samora Machel (Moçambique) brindaram com Mateus Rosé o
fim do colonialismo português naqueles países, durante uma cimeira na
Nigéria.
DISCURSO DIRECTO
"EUROPA É UM BOM MERCADO PARA O ROSÉ": Rita Vilas-Boas, Dir. Marketing
da Sogrape
CM – O Mateus Rosé exporta sobretudo para que países?
Rita Vilas-Boas – Neste momento a Europa é um bom mercado para o
Mateus Rosé. Reino Unido, Espanha e Alemanha são os maiores clientes.
– E em Portugal vende-se bem?
– Muito bem. Aliás, a nível europeu está em terceiro lugar em termos de vendas.
– A aposta no espumante Sparkling Rosé resultou?
– Bastante bem. É um novo produto que mantém a originalidade do Mateus
Rosé, em garrafa de espumante. O Sparkling Rosé lançou uma campanha
nacional e internacional muito forte que já está a ter grande sucesso.
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=A1462F1C-E9A0-4C06-AC1B-2F753D144DE3&channelID=00000009-0000-0000-0000-000000000009
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