quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vitacress produz seis mil toneladas de vegetais no concelho de Odemira

Quarta-feira, 20 de Julho de 2011

Lá fora os termómetros ultrapassam os 30 graus, mas no interior da
fábrica da Vitacress, localizada na Quinta dos Cativos, na freguesia
de Boavista dos Pinheiros, nem parece ser Verão. Aí a temperatura anda
sempre nos cinco graus ou abaixo, "pormenor" essencial para manter a
longevidade das quase seis mil toneladas de vegetais, legumes frescos
e ervas aromáticas provenientes das três herdades que a empresa tem na
região e são vendidas anualmente para os mercados de Portugal, Espanha
e Inglaterra.

"A partir dos nossos campos de Odemira há uma parte do produto que
vai para Inglaterra e Norte da Europa a granel. E a outra parte vem
para esta unidade fabril, onde é lavada e embalada, seguindo para os
supermercados e todo o retalho em Portugal e em Espanha", sintetiza ao
"CA" Luís Mesquita Dias, director-geral da Vitacress, empresa ligada
ao grupo RAR.
Especializada na produção de saladas e legumes de quarta geração
(prontos-a-comer) e com uma quota de mercado a rondar os 35%, a
Vitacress vende 60% da sua produção anual para as grandes cadeias de
distribuição a retalho do país. O restante vai para os mercados de
Inglaterra (30% das vendas, tudo a granel) e Espanha (10%).
A Vitacress emprega no concelho de Odemira cerca de 300 pessoas e
em 2010 registou um crescimentos de quase 18% no seu volume de
negócios em Portugal. "Passou de 14 para 16 milhões de euros, sendo
que o total da facturação é de 25 milhões de euros. A diferença são as
vendas para o mercado de Inglaterra e de Espanha", explica Mesquita
Dias, não escondendo que apesar das nuvens negras trazidas para o
horizonte próximo pela crise, a expectativa da empresa "é continuar a
crescer" mediante "um programa de marketing e vendas bastante
ambicioso" até ao final do ano.
"Vamos compensar com inovação e novos lançamentos alguma retracção
que os produtos do 'passado' hão-de ter por via da retracção do
próprio país", explica o director-geral da Vitacress, que vai lançar
agora no mercado duas novas variedades de saladas, com folhas "mais
crocantes e mais estaladiças".
Paralelamente, a empresa está aberta a novas parcerias com
produtores que lhe permitam diversificar as culturas que disponibiliza
aos consumidores, ao mesmo tempo que tenta "desbravar" outros mercados
no exterior, nomeadamente em Angola. "É um mercado a ter em conta para
o futuro", revela Luís Mesquita Dias.
Novos projectos à parte, a Vitacress é hoje uma referência no
sector em termos nacionais e até internacionais. Mas o caminho
percorrido foi longo e árduo desde a altura em que tudo começou, na já
distante década de 80 do último século, num local tão inóspito mas que
ainda hoje continua a ser uma espécie de "paraíso" para este género de
culturas hortícolas.
"Esta zona é muito boa para este tipo de actividade agrícola",
explica Luís Mesquita Dias, que por ser um homem atento à realidade
envolvente diz encarar a actividade como uma janela de oportunidades
para Portugal.
"Podemos não produzir tudo e não devemos querer ser
auto-suficientes em tudo, porque isso não faria sentido. Mas devemos
importar aquilo que não temos condições para produzir e produzir
aquilo em que temos condições para nós próprios e para exportar. E com
cinco anos de vista, estou convencido que podemos anular o défice que
a balança alimentar portuguesa tem neste momento", conclui.
http://www.correioalentejo.com/index.php?diaria=5967

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