sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Casa do Douro queria ter participado com o Governo no plano para o futuro

Lusa14 Nov, 2013, 12:53

O presidente da Casa do Douro lamentou hoje não ter sido chamado a
participar ativamente na elaboração do plano para a dívida da
instituição, de 160 milhões de euros, embora saudasse o Governo por
trabalhado "bastante" este dossiê.

"Gostaria de ter participado na solução, ter um diálogo mais
esclarecedor com o Governo e não ser confrontado com uma decisão saída
do Conselho de Ministros que, não concordando ser a melhor, será
difícil de alterar", disse à Lusa Manuel António Santos. "A linguagem
fria dos números, por vezes, não reflete a realidade e poderão
cometer-se injustiças", acrescentou.

Uma comissão interministerial, coordenada pelo ministério da
Agricultura, elaborou um plano de ação, que passará pela revisão dos
estatutos e pagamento da dívida, e que está pronto para ser discutido
em Conselho de Ministros.

A Casa do Douro, explicou Manuel António Santos, apenas entregou os
documentos pedidos, não tendo "qualquer" intervenção direta ou
indireta na solução.

O responsável salientou que não é a primeira vez que membros do
Governo dizem ter um plano para a instituição, por isso, a exigência e
expectativa são agora maiores.

Sem conhecer as propostas do documento, o responsável relembrou que o
organismo vive dias "muito difíceis", pelo que espera que a decisão
quanto ao seu futuro chegue rapidamente.

"A Casa do Douro não aguenta este impasse muito mais tempo", frisou.

"Espero que se faça justiça a esta casa com mais de 80 anos que não
quer favores, mas ser tratada com dignidade", acrescentou.

Na sua opinião, o Douro precisa de um organismo "forte e coeso" para
representar e defender os viticultores.

Manuel António Santos garantiu que a "pulverização" de associações é
inimiga da força, "altamente" negativa para o Douro e vai complicar os
problemas da região.

Apesar das críticas quanto ao não envolvimento direto da Casa do Douro
na solução para o problema, Manuel António Santos afirmou à Lusa que o
atual Governo tem trabalhado "bastante" este dossiê, mais do que o
anterior.

A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, afirmou aos jornalistas,
durante uma visita a Trás-os-Montes, na semana passada, que está a ser
feito um "trabalho profundo" com os grupos de trabalho e já com
resultados "muito concretos".

"Esperamos ter esse dossiê fechado, do ponto de vista do seu estudo
aprofundado, até ao final do ano", rematou.

O organismo, que representa a produção vitícola na região do Douro, é
uma associação privada de direito público e de inscrição obrigatória
para os viticultores durienses. De uma dívida total de 160 milhões de
euros, 30 milhões correspondem a juros.

Atualmente, tem cerca de 70 trabalhadores, dos quais 25 são
funcionários privados. Estes não recebem ordenados há quase três anos
(38 meses), tal como a direção.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=695726&tm=6&layout=121&visual=49

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