sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Governo vai vender vinho para pagar dívida da Casa do Douro

Publicado às 14.46


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O secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque,
afirmou, esta sexta-feira, que a solução para a Casa do Douro, com uma
dívida de 160 milhões de euros, passa pela venda de vinho, património
e revisão dos estatutos.


foto JOSÉ MOTA/GLOBAL IMAGENS
O secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, ao
centro, durante uam cerimónia da Confraria do Leite, em 2011


"Uma das primeiras etapas era identificar a dívida, trabalho feito,
por isso, uma das decisões é vender o vinho do Porto da Casa do Douro,
que está em armazém, e, eventualmente, património", frisou o
governante, à margem da comemoração dos 50 anos da Caves de Murça.

A venda do vinho, explicou, será trabalhada e articulada com o setor
para não perturbar o mercado.

Outra das medidas, avançou, é redefinir os estatutos do organismo,
passando de inscrição obrigatória para os viticultores do Douro para
voluntária.

Uma comissão interministerial, coordenada pelo ministério da
Agricultura, elaborou um plano de ação para o futuro da Casa do Douro,
pronto para ser discutido em Conselho de Ministros.

"Todas as áreas do Governo estão envolvidas na preparação do plano de
ação para este organismo, numa estratégica única, e isso vai fazer a
diferença na solução porque não são trabalhos avulso", frisou.

José Diogo Albuquerque salientou que os oito grupos de trabalho estão
em fase de "diagnóstico", tendo já identificado a dívida, os critérios
de avaliação do vinho, para não criar polémicas, e as soluções para
que a venda do vinho não seja sujeita a mais-valias.

O levantamento do património, tarefas que o organismo poderá prestar
aos viticultores e soluções para os funcionários públicos e regime
laboral são outras das tarefas já realizadas pelo Governo.

E, acrescentou, "só falta fazer uma concertação com a Casa do Douro e
elaborar o projeto de lei que altere os estatutos do organismo para
submete-lo à Assembleia da República".

O governante garantiu que, até ao final do ano, o plano de ação estará
concluído porque "grande parte" do trabalho está feito.

"A Casa do Douro tem um problema altamente complexo, que envolve
várias vertentes, mas que terá uma solução", rematou.

Na sua opinião, é "fundamental" que a instituição esteja mais centrada
no apoio aos viticultores e muito menos na resolução da dívida e
bancas de tribunais.

"Gostaria de ter participado na solução, ter um diálogo mais
esclarecedor com o Governo e não ser confrontado com uma decisão saída
do Conselho de Ministros que, não concordando ser a melhor, será
difícil de alterar", disse o presidente da Casa do Douro, Manuel
António Santos, em anteriores declarações à Lusa.

O responsável relembrou que o organismo vive dias "muito difíceis",
pelo que espera que a decisão quanto ao seu futuro chegue rapidamente.

A Casa do Douro, que representa a produção vitícola na região, é uma
associação privada de direito público e de inscrição obrigatória para
os viticultores durienses. De uma dívida total de 160 milhões de
euros, 30 milhões correspondem a juros.

Atualmente, tem cerca de 70 trabalhadores, dos quais 25 são
funcionários privados. Estes não recebem ordenados há quase três anos
(38 meses), tal como a direção.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=3535279&page=-1

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