sábado, 15 de novembro de 2014

Investigadora de Vila Real aponta solução barata e eficaz para mosca da azeitona



 
Uma investigadora da Universidade de Vila Real garantiu que a mosca da azeitona pode ser combatida «rápida, barata e eficazmente» com recurso a modelos de previsão do ataque da praga que está a afectar o olival.

De norte a sul do país, são muitos os olivicultores que se queixam do ataque da mosca da azeitona, que está ter consequências a nível da produção de azeite nesta campanha.

Fátima Gonçalves do Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-ambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro UTAD), garantiu, em comunicado, que esta praga pode ser combatida de «forma rápida, barata e eficaz».

«Basta ter um computador ligado a uma estação meteorológica para recolher os dados necessários que permitem prever, por exemplo, quais são os períodos de risco de ataque de "Bactrocera oleae" ou a melhor oportunidade para o olivicultor fazer os tratamentos com insecticida», explicou a especialista.

A investigadora desenvolveu dois modelos de previsão para a Terra Quente Transmontana: o "Modelo de Previsão do Ataque", que permite conhecer a percentagem de frutos atacados a partir do número de capturas de moscas em armadilhas, e o "Modelo de Somas de Temperatura".

«Este modelo acumula as temperaturas diárias registadas no olival, a partir de uma fórmula, o que permite prever os períodos de risco da praga e realizar os tratamentos nas fases do ciclo em que é mais vulnerável. O objectivo é reduzir o mais possível o uso de insecticidas no olival», salientou.

Fátima Gonçalves disse que estes modelos serão cada vez mais necessários, pois «as alterações climáticas vão obrigar os produtores a utilizá-los para poderem combater a praga da forma mais rápida e eficaz».

Os dois modelos foram criados para a região da Terra Quente, no âmbito da tese de doutoramento da investigadora, em 2011, mas poderão ser adaptados a outras regiões.

A responsável defendeu, por isso, que a ferramenta deve ser recuperada e utilizada por produtores e associações de todo o país para minimizar os riscos no sector, e evitar ataques como os deste ano.

As condições climáticas verificadas nesta colheita, com um Verão com temperaturas amenas e chuva muito abundante no final do Verão e no princípio do Outono, foram favoráveis para o desenvolvimento da praga da mosca da azeitona.

Os prejuízos originados pela mosca da azeitona são qualitativos e quantitativos. A actividade da larva no interior da azeitona afecta o seu desenvolvimento e provoca a sua queda prematura.

Fonte: Lusa

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