segunda-feira, 23 de julho de 2012

"Descoordenação dos meios" no incêndio de Tavira

Presidente da Câmara de Tavira pede ao Governo que decrete estado de
calamidade pública e fala em "atraso" na resposta dos bombeiros ao
incêndio que tem devastado o concelho.
17:07 Sexta feira, 20 de julho de 2012


Em algumas zonas, foram as populações que defenderam das chamas as
próprias casas, com os escassos meios disponíveis
MELANIE/EPA
Houve "alguma descoordenação dos meios" que, em certos locais,
chegaram com "atraso em relação à propagação das chamas", disse ao
Expresso o autarca de Tavira, Jorge Botelho, que mantém a opinião de
que deve ser decretado estado de calamidade pública.


Durante a noite de ontem, várias pessoas foram evacuadas por precaução
das zonas de Relvais, Feiteira, Vale da Murta e Alcaria de Cima. No
entanto, apesar do apelo das populações, em algumas zonas os bombeiros
não conseguiram responder com a rapidez necessária.

Nas imagens divulgadas hoje pela SIC Notícias, um habitante diz que
"os bombeiros são nulos" e que "não apareceu um bombeiro durante a
tarde toda [de quinta-feira]", cabendo às populações a tarefa de
proteger as próprias casas com os fracos meios que têm disponíveis.

Quando questionado sobre esta situação, Jorge Botelho confessou que se
verificou "alguma descoordenação" mas que previa que a situação fosse
hoje corrigida, de modo a que não se verifiquem mais episódios
idênticos.

Grande perda

A situação está a ser avaliada, bem como os pressupostos legais, mas
Jorge Botelho mantém o apelo ao Governo para decretar o estado de
calamidade pública no concelho. Com um terço da área total ardida, o
autarca fala de uma "grande perda" na economia local.

Durante a madrugada de sexta-feira, Paulo Macedo, ministro da
Administração Interna, reuniu-se com as autoridades da Proteção Civil,
que estão a fazer a coordenação das operações. Na reunião, concluíram
que os meios disponíveis são os suficientes e que não é preciso um
reforço. No entanto, o autarca diz que o ministro não exclui a
possibilidade de decretar calamidade pública em Tavira.

Os bombeiros não dormiram e os meios aéreos já voltaram ao trabalho.

O autarca apelou ao Governo, populações e empresários que apoiem os
bombeiros com quaisquer donativos de bens alimentares ou bebidas
engarrafadas ou empacotadas, a serem entregues no Quartel dos
Bombeiros Municipais de Tavira.

A avaliação dos estragos só poderá ser feita daqui a algumas horas ou
durante o dia de amanhã, porque as chamas continuam ativas em duas
frentes.


Propagação do fogo em Tavira entre quarta e sexta às 11h
A animação usa detecções de focos de calor através do satélite MODIS,
da NASA, com 4 observações por dia. Com base nestas imagens, o
investigador J.M. Cardoso Pereira estima que a área ardida ronde os 20
mil hectares.



http://expresso.sapo.pt/descoordenacao-dos-meios-no-incendio-de-tavira=f741045

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