terça-feira, 29 de setembro de 2015

FMI vai rever em baixa previsão sobre economia mundial para 2015 e 2016

28-09-2015 
 

 
O Fundo Monetário Internacional vai rever em baixa as previsões para o crescimento da economia global para este ano e o próximo, face aos sinais de abrandamento na recuperação dos países emergentes, segundo a directora, Christine Lagarde.

Numa entrevista publicada pelo jornal económico francês Les Echos, Lagarde disse que a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de 3,3 por cento para este ano «já não é realista», assim como também não é a perspectiva de aumento de 3,8 por cento para 2016.De qualquer forma, as novas estimativas vão continuar «acima do limiar de 3 por cento».

Lagarde explicou que se verifica uma oscilação entre os países emergentes e os desenvolvidos, porque enquanto os primeiros, que estavam a puxar o crescimento, estão agora a abrandar, os outros estão a acelerar a sua cadência.

Sobre a China, a directora do Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a desaceleração «bem gerida é uma boa notícia, desde que se consiga antecipar e integrar».

Lagarde acredita que a Reserva Federal dos Estados Unidos ouviu o FMI ao manter as suas taxas de juros e ao aguardar pela consolidação da recuperação dos Estados Unidos da América (EUA), antes de iniciar a inversão da sua política monetária.

«Não há razão para ter pressa», especialmente porque se a Fed tivesse de voltar atrás «isso seria mais destrutivo do que um movimento retardado», disse. A directora do FMI considera necessário impulsionar a actividade global e manter a actual política monetária, mas acrescenta que isso não é o suficiente, pelo que alguns países do euro com margem, como a Alemanha e a Holanda, deveriam utilizar aquela política para estimular o consumo. A responsável negou, contudo, que haja demasiada austeridade na zona euro, desde que o esforço de ajuste orçamental não exceda os 0,3 por cento do PIB.

Lagarde, cujo mandato termina em Julho de 2016, adiantou que o Conselho de Administração do FMI pediu-lhe para ser candidata por mais um ano, mas afirmou que a questão não se colocará até à próxima primavera e que a sua decisão também vai depender de uma «dimensão estritamente pessoal», como é a vida familiar.

Descartou ainda um possível regresso à vida política em França, onde foi ministra das Finanças no governo do antigo Presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012). «Honestamente, não creio que volte a fazer política em França», disse.

Fonte: Lusa

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