terça-feira, 29 de setembro de 2015

Gestora do Fumeiro de Vinhais demarca-se de marca associada ao botulismo


Ontem
A gestora do fumeiro certificado de Vinhais, no distrito de Bragança, demarcou-se, esta segunda-feira, da marca envolvida em casos de botulismo, afirmando que os produtos da empresa em causa "não estão sujeitos" a controlo de entidades certificadoras.
 

RUI MANUEL FERREIRA / GLOBAL IMAGENSA gestora do fumeiro certificado de Vinhais demarca-se da marca "Origem Transmontana", envolvida nos casos de botulismo


A Associação Nacional de Criadores de Suínos da Raça Bísara (ANCSUB) é a entidade gestora de todo o processo de certificação e controlo das diferentes peças do fumeiro de Vinhais, desde o salpicão ao presunto, que são comercializadas com "Indicação Geográfica Protegida".

A associação informa, em comunicado, que os produtos do fumeiro de Vinhais não são comercializados pelo agente económico que comercializou as alheiras que as autoridades apontam como a fonte de contaminação do botulismo.

Esta entidade acrescenta que o referido agente "não certifica" os produtos que comercializa, "pelo que não está sujeito aos rigorosos controlos efetuados pelas entidades certificadoras, que obrigam ao cumprimento escrupuloso das normas de produção regulamentadas".

"A marca 'Origem Transmontana' é apenas uma marca comercial de um pequeno e recente produtor de fumeiro que não pode desvirtuar a qualidade e a confiança que os nossos produtos transmontanos têm merecido ao longo dos anos", lê-se no comunicado da ANCSUB.

A Associação Comercial e Industrial de Mirandela (ACIM), gestora da Alheira de Mirandela, emitiu, esta segunda-feira, um comunicado no mesmo sentido.

Os maiores produtores da Alheira de Mirandela foram confrontados ao longo do dia com cancelamento de encomendas e dúvidas de clientes e consumidores devido á associação com os casos de botulismo, cuja contaminação terá tido origem, segundo as autoridades, em alheiras comercializadas pela marca "Origem Transmontana".

Um comunicado conjunto da Direção-Geral da Saúde, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge dava conta, no sábado, de que foram detetados este mês três casos de botulismo alimentar.

A origem destes casos de doença foi associada à ingestão de produtos alimentares fumados (alheiras), comercializados com a marca "Origem Transmontana" e, após investigação, as autoridades decidiram retirar de imediato do mercado os produtos à base de carne e os queijos da marca "Origem Transmontana".

Na nota de imprensa emitida é explicado que o botulismo alimentar é uma doença grave, de evolução aguda, com sintomas digestivos e neurológicos, resultante da ingestão de diversos tipos de alimentos, contendo toxinas formadas pelo Clostridium botulinum no próprio alimento.

A Lusa contactou o responsável da marca comercial envolvida na polémica do botulismo que não quis prestar declarações, adiantando, porém, que tem "estado em contacto permanente com as autoridades, a colaborar em tudo, e com clientes e produtores/fornecedores".

A empresa em causa foi criada para comercializar "o que de melhor se produz na região", desde fumeiro, compotas, queijos, comprados a produtores ou de produção própria e vendidos com a marca "Origem Transmontana".

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