O líder do CDS-PP, Paulo Portas, dispensou ontem o boné para
contrariar ideias feitas sobre agricultura e subiu a um tractor mas só
de "pendura", dando a primazia a uma agricultora que pediu que o
próximo ministro "suje os pés".
O sol estava alto e forte e o som era o dos badalos dos cabrestos
junto aos quais Paulo Portas quis desfazer ideias feitas sobre a
agricultura, a começar pelos subsídios comunitários de que os
agricultores beneficiam.
"Um agricultor português, na maioria das culturas, recebe, menos, em
média, da União Europeia, pelas mesmas superfícies que outros
agricultores de outros países. Ou seja, Portugal tem margem para
crescer", afirmou, para logo acrescentar que deve mostrar à mesa de
futuras negociações que usou bem o que recebeu.
Leonor Gomes Pereira, empresária agrícola da Quinta da Comenda,
desabafa aquilo que Portas diz que "é bom que se saiba": "os factores
de produção triplicaram, quadruplicaram".
A isto, some-se aquilo que os homens não controlam, as condições
climatéricas, que bem recentemente em forma de chuva "arrasaram" a
cultura do tomate no Ribatejo, lamenta Leonor.
Contas feitas, sobra uma vida de "sacrifício", e "muita carolice",
para manter postos de trabalho e também as tradições, conta a
empresária agrícola que, além de cereal, tem 400 cabeças de gado e não
quer abandonar o toiro de lide.
Portas completa: "Lidam com várias contingências, o tempo, os ministérios".
Leonor aproveita para formular um desejo, independente de resultados eleitorais.
"Gostava muito, é o meu apelo enquanto agricultora, seja qual for o
Governo que para lá for, que o ministro da Agricultura olhe para nós
com olhos de ver e venha cá, que suje os pés", afirmou.
Antes de subir para o tractor, mas só de "pendura", porque "quem deve
entrar no tractor é o seu dono", Portas lamenta que a agricultura seja
"o único sector onde aparentemente o Estado não tem a mais pequena
ideia de que tempo é dinheiro".
Fonte: Lusa
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2011/05/28c.htm
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