20.05.2011
Lusa
Portugal "corre o risco de ter de abater um milhão e meio a dois
milhões de árvores", por causa do nemátodo da madeira, alertou hoje,
na Mealhada, o presidente da Associação das Indústrias de Madeira e
Mobiliário de Portugal (AIMMP).
"Quanto mais tarde se fizerem os cortes cirúrgicos" de resinosas
expostas àquela doença "mais se corre o risco de se terem que fazer
cortes rasos", afirmou Fernando Rolin, que falava à agência Lusa à
margem de um debate sobre "as opções político-partidárias para a
fileira da madeira e do mobiliário", com representantes dos cinco
maiores partidos com assento na Assembleia da República, promovido
pela AIMMP.
Afirmando desconhecer as razões pelas quais o corte cirúrgico de
árvores contaminadas ainda não foi feito e/ou continua a ser adiado,
Fernando Rolin não tem dúvida, no entanto, de que a perspectiva de se
terem que cortar mais de um milhão e meio de árvores (essencialmente
pinheiros) é "muito forte".
O nemátodo e os incêndios florestais são os maiores problemas da
floresta portuguesa, a "par dos ministros da Agricultura que Portugal
tem tido desde sempre", disse o dirigente da AIMMP.
"Os ministros [da Agricultura] são outra praga" à excepção do actual,
António Serrano, que é "bem-intencionado, tem uma equipa competente e
tem feito algum planeamento", salientou.
Os dois problemas não seriam, no entanto, difíceis de resolver,
sublinhou Fernando Rolin, considerando que bastava criar pequenas
centrais de produção de energia através de biomassa.
Mas essas centrais só poderiam utilizar o "excedente lenhoso", adverte
o presidente da AIMMP, garantindo que a associação a que preside "pode
demonstrar" que há, em Portugal, centrais de biomassa que utilizam
"madeira de serração".
Além de Fernando Rolin, participaram no debate António Saraiva,
presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), Pedro Filipe
Soares, deputado e cabeça de lista do BE pelo círculo de Aveiro,
Miguel Viegas, também cabeça de lista por Aveiro, pela CDU, Basílio
Horta, primeiro nome da lista do PS por Leiria, Salvador Malheiro,
líder da Comissão Política Concelhia do PSD de Ovar, e António
Loureiro, presidente da Comissão Distrital do CDS de Aveiro.
http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1495194
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