segunda-feira, 23 de maio de 2011

Portas dançou o vira pelos votos dos agricultores

ELEIÇÕES
por Hugo Filipe CoelhoOntem

A "matar o bicho" que rói o estômago pela manhã, com pataniscas, carne
"tenrinha, tenrinha" e uma malga de vinha verde, ao som do vira, Paulo
Portas começou esta manhã no Minho a campanha oficial.
À porta do parque do Gerês, à mesa de piquenique com autarcas do CDS,
tomou um pequeno-almoço original que serviu para jurar a sua
fidelidade ao mundo rural.

"Em que outro partido é que seria possível um pequeno almoço assim?"
"Já ninguém tem dúvida sobre a importância que o CDS dá à agricultura,
ao estilo de vida do campo e também há ligação forte que existe entre
defender a agricultura e sairmos do atoleiro financeiro em que
estamos."
Daniel Campelo, o presidente de Ponte de Lima que afastou do partido
por causa de ter dado o voto que faltava a António Guterres para
aprovar o Orçamento do Estado a troco de investimentos no concelho foi
um anfitrião. Mas o episódio do "queijo limiano" é passado.
À provocação dos jornalistas, sobre a falta de queijo à mesa Portas
disse que "não se responde de boca queixa", e Campelo que "o queijo
não entra no mata-bicho", o nome dado à refeição da manhã.
Um dia depois de ter devolvido a Passos Coelho a pergunta sobre a
vontade para fazer um acordo com Sócrates, a que ele respondeu um
rotundo não, o líder do CDS recebeu o "ânimo" do presidente de junta
social-democrata do Sistelo, Arcos de Valdevez. "Eu não sou desta
família politica, mas vim cá por causa da sua exigência com os
assuntos da agricultura," disse Durval Gave,
De outros ouviu queixas sobre a burocracia lisboeta que afasta as
pessoas do parque - "querem tornar isto numa serra selvagem só para os
animais" - e respondeu que as pessoas não podem sair do parque. "Sem
os agricultores não há ordenamento, são eles que fazem a ecologia,"
afirmou.
A acção no Mezio, Arcos de Valdevez, foi uma das mais pitorescas na
curta histórica da caravana centrista. Portas dançou o vira com uma
minhota, tocou pandeireta e plantou uma árvore, um teixo. "Mais vale
uma enxada na mão que as mãos inchadas," ouviu dizerem-lhe.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1858413&page=-1

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