domingo, 4 de março de 2012

Governo considera seca menos grave que em 2005

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1 de Março, 2012
A actual seca é menos grave que a última ocorrência do fenómeno, em
2005, segundo o primeiro relatório do Ministério da Agricultura, que
não prevê limitações no abastecimento de água e na rega dos principais
terrenos de regadio público.
Até 15 de Fevereiro, cinco por cento do país estava em seca extrema e
70% em seca severa e "em 2005, nesta altura, cerca de metade do
território estava em seca severa e a outra em seca extrema", lê-se no
primeiro relatório do grupo de trabalho de acompanhamento e avaliação
da seca 2012 que foi hoje divulgado.
Segundo o grupo de trabalho, as previsões disponíveis "são para um
curto período de tempo e apontam para uma manutenção da falta de
pluviosidade".

As reservas de água maiores, segundo a tutela, partem de um "estado de
aprovisionamento muito confortável, não se prevendo, por agora, que
venham a existir limitações no abastecimento, ou mesmo na rega, nos
principais empreendimentos de regadio público", avança do documento.
"Apenas as reservas de pequena dimensão (aproveitamentos
hidroagrícolas privados e pequenas massas de água subterrâneas)
apresentam já alguns problemas, tendo em conta a sua utilização no
período de inverno", refere.
Na lista dos impactos estão a falta de alimentos naturais para os
animais, considerado o "problema mais sentido ao nível do setor
agrícola", o aumento de preços dos fenos e de palhas, estando previsto
que possam "ocorrer algumas quebras de produção nos cereais de
sequeiro de outono/inverno".
O relatório prevê a subida das despesas com as regas de regadio de
outono/inverno e nota que em simultâneo com a falta de chuva, as
baixas temperaturas originaram principalmente no Oeste e no Algarve
quebras de produção devido à geada negra.
Caso a situação se prolongue, há a possibilidade de pragas se
desenvolverem prematuramente e assim como o aumento do risco de
incêndios florestais.
"Em termos gerais, o agravamento da situação de seca no território
continental vai acarretar um aumento do impacto já referido e um
eventual alargamento das consequências negativas a outras culturas
(primavera/verão, por redução de água disponível) e escassez em
algumas reservas hídricas subterrâneas", resume-se no documento.
A tutela indicou a identificação de apoios de "natureza administrativa
e/ou antecipação de ajudas comunitárias para fazer face ao aumento dos
encargos dos agricultores".
"Todas elas se encontram em estudo, necessitando, em alguns casos, de
ser apresentadas para aprovação, à Comissão Europeia", acrescenta o
relatório, que refere que depois de ouvido o sector e dada a
possibilidade de agravamento da seca "está já em avaliação o
accionamento de medidas excepcionais para fazer face ao acréscimo de
custos de produção".
Lusa / SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=42978

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