domingo, 4 de março de 2012

Verdes e Alentejo recusam efeito da seca nos vinhos

01 Março 2012 | 17:40
António Larguesa - alarguesa@negocios.pt
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Os produtores desvalorizam os "cenários catastróficos" pela falta de
chuva em Fevereiro, frisando que em relação à qualidade dos vinhos é
prematuro qualquer avaliação, já que nem sequer se iniciou o ciclo
vegetativo.
Nos últimos dias surgiram algumas considerações públicas, nomeadamente
de associações de agricultores, que alertavam para os danos da falta
de chuva na qualidade dos vinhos. No entanto, os produtores de vinhos
verdes e do Alentejo recusam ao Negócios essas conclusões, dizendo
mesmo que "carecem completamente de suporte técnico".
"A pluviosidade em Fevereiro foi inferior à média, mas tal não sucedeu
em Janeiro e nada indica que se prolongue. As notícias de que a falta
de chuva em Fevereiro é prejudicial à maturação carecem completamente
de suporte técnico", refere Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de
Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), para quem a vinha
"não precisa necessariamente de chuva neste momento", pelo que só
seria "preocupante" se não chovesse a partir do segundo trimestre.
A evolução de todos os parâmetros do clima, nomeadamente a
pluviosidade, é feita em permanência através da Estação Vitivinícola
Amândio Galhano, nos Arcos de Valdevez. O responsável da CVRVV diz ser
"tecnicamente infundado anunciar algum efeito qualitativo nos vinhos
de 2012 como consequência da reduzida pluviosidade" e cita o parecer
dos técnicos na área de enologia.

"Em relação à qualidade dos vinhos, é prematuro [retirar conclusões],
uma vez que nem sequer se iniciou o ciclo vegetativo. A frescura e
acidez presente nos vinhos verdes dependem praticamente na totalidade
das condições climáticas verificadas durante a maturação (Julho,
Agosto e Setembro), pelo que, neste momento, prever características
qualitativas da vindima é futurologia", conclui Manuel Pinheiro.
Cultura do vinho ainda no repouso vegetativo, lembra o Alentejo
Também no Alentejo, os responsáveis não entram em alarmismo por causa
da falta de chuva. Ao Negócios, Francisco Mata, secretário-geral da
Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (ATEVA), parceiros da
Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, confirma que "no momento
ainda não é possível fazer previsões do impacto da seca, uma vez que a
cultura do vinho ainda está no repouso vegetativo".
Francisco Mata diz que é preciso "aguardar a evolução da situação
climática até ao início do abrolhamento", lembrando, porém, que as
novas vinhas da região já se encontram munidas de sistema de rega
"gota a gota".
Desse modo, acrescenta, "os impactos negativos resultantes da actual
seca poderão ser minimizados durante o ciclo vegetativo da cultura
desde que exista água disponível nas explorações". Só no caso de
vinhas de sequeiro, a situação poderia tornar-se "mais complicada",
caso não chovesse nos próximos tempos.
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