Meia centena de agricultores contestaram venda de secadores de arroz em Alcácer do Sal

ARTIGO | TER, 06/03/2012 - 15:06
Meia centena de agricultores participaram hoje, em Alcácer do Sal,
numa concentração de protesto contra a venda em hasta pública dos
secadores de arroz da região, prevista para 14 de março.
"Estamos a falar de um atentado social e de um crime contra os
pequenos e médios agricultores", disse à Lusa Avelino Antunes, da
Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, durante o desfile
de dezenas de viaturas e de tratores pelas ruas de Alcácer do Sal.
Avelino Antunes defendeu a necessidade de se travar a venda dos
secadores de arroz de Alcácer do Sal e de Águas de Moura, que
considerou fundamentais para a sobrevivência de muitos orizicultores
da região.

"O anterior governo estava a avançar com o processo de cedência dos
secadores aos agricultores por um prazo de 20 anos, mas o novo
executivo anunciou a intenção de vender aquele equipamento em hasta
pública", disse.
Avelino Antunes garante que a venda dos secadores põe em causa a
sobrevivência de muitos pequenos e médios agricultores da região, que
acabariam por se ver obrigados a vender o arroz a um preço mais baixo.
Custódio Baptista, produtor de arroz na Herdade da Comporta, foi um
dos agricultores que participaram no protesto que teve lugar em
Alcácer do Sal, e que se mostrou muito preocupado com a eventual venda
dos secadores.
"Eu produzo 70 toneladas de arroz por ano e não tenho onde o colocar
depois de seco. Se avançarem com a venda dos secadores – que não
custam um cêntimo ao Estado, porque somos nós que suportamos todos os
encargos –, vou colocar o arroz à porta das finanças", disse.
Contudo, os agricultores ainda esperam que o Governo reconsidere e que
suspenda a venda dos secadores de arroz.
Mas também prometem muita luta se a tutela insistir na venda daquelas
infraestruturas a entidades privadas.
A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) solidarizou-se hoje com
os protestos dos agricultores de Alcácer do Sal.
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