terça-feira, 6 de março de 2012

Nota de Imprensa: APLC

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PRODUTORES DE LEITE E DE CARNE

Nota de Imprensa

Com as enormes dificuldades que o sector pecuário atravessa há vários
anos, devido a uma crise provocada por políticas agrícolas nacionais e
comunitárias desajustadas e irresponsáveis, uma PAC que não tem em
conta as necessidades dos produtores e produtoras e os interesses
nacionais. Para mal dos nossos pecados, acrescenta-se um ano rigoroso
de seca e agora, como não bastasse, a baixa do preço do leite para os
produtores (as) ligados (as) ao sector cooperativo.

Aumentam frequentemente os preços dos meios de produção, são maiores
as dificuldades de obtenção de apoio financeiro às explorações
agrícolas e os juros bancários são cada vez mais elevados, somando
agora a falta de chuva os produtores começaram a ter despesas extras;
porque devido à falha de pastos e ervas para alimentação dos animais
são obrigados a comprar palhas, vitaminas e mais rações,
desequilibrando ainda mais os orçamentos das suas explorações.

No entanto, o preço da venda dos animais mantêm-se igual à mais de uma
década (em alguns casos até baixou), o preço do leite continua a
baixar (menos um cêntimo por Kg a partir deste mês), o aumentado
constante dos custos com a sanidade animal e o governo ainda se
prepara para deixar de assumir o levantamento dos cadáveres dos
animais e impor uma taxa no kg de carne por causa dos custos da
sanidade animal.

Paralelamente a isto, temos os mercados agrícolas do País
desregulados, onde a especulação predomina, onde a indústria e a
grande distribuição impõe os preços que mais lhes convém, onde a
produção nacional é colocada em 2º plano e onde o governo português
assina de cruz um acordo estabelecido entre a U.E. e os países do
Mercosul que vem agravar ainda mais a difícil situação da produção
pecuária nacional.

A baixa do preço de leite na produção é uma medida incompreensível e
inaceitável, sem qualquer explicação plausível e convincente, que vem
no pior momento para a produção e contribui para aumentar as dúvidas
sobre o papel do movimento cooperativo perante os seus cooperantes e
agricultores, faz crescer as críticas aos seus dirigentes e vem
acrescentar mais especulação sobre a deficiente transparência da sua
gestão. Por isso, mandam as regras do bom senso, aconselhamos uma
maior ponderação e sugerimos que o preço do leite se mantenha e seja
considerado um ajuste em alta do seu preço.

Também sugerimos à Senhora Ministra da Agricultura que fale menos e
actue mais, não se esconda atrás do armário de promessas de campanha
eleitoral, para depois fazer de conta e simplesmente serem
ignoradas...

Não pode ficar à espera de chuva quando todos andamos preocupados com
os prejuízos actuais e com os que estão para vir devido à seca; não
pode deixar que as grandes superfícies decidam a seu belo prazer (como
se fosse a lei da selva) e imponham as regras comerciais que mais lhes
interessam; deve isso sim preocupar-se e empenhar-se na defesa da
produção agrícola nacional de forma a minorar o défice agro-alimentar
do País e deve ainda tomar medidas de combate á especulação dos preços
dos meios de produção e de apoio à redução dos custos com os encargos
sociais.

Barcelos, 5 de Março de 2012

A Direcção

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/03/06e.htm

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