segunda-feira, 5 de março de 2012

Índia proíbe exportações de algodão para assegurar consumo interno

05 Março 2012 | 19:06
Diogo Cavaleiro - diogocavaleiro@negocios.pt
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A segunda maior exportadora de algodão do mundo decidiu suspender a
saída da matéria-prima do país. Uma decisão que levou os preços dos
contratos de algodão a excederem os limites máximos intradiários.
"As exportações de algodão serão proibidas até novas indicações". O
anúncio feito hoje, por parte do gabinete indiano responsável pelo
comércio externo, traz algumas preocupações para o mercado das
"commodities": a Índia é a segunda maior exportadora de algodão, logo
atrás dos Estados Unidos. Na bolsa, os preços dispararam.

A proibição deveu-se à necessidade de o regime de Nova Deli assegurar
os inventários suficientes para as suas empresas têxteis.

"É uma decisão extremamente má. Vai danificar a reputação da Índia no
mercado internacional [e] vamos sofrer no longo prazo", considerou ao
"Financial Times" o presidente da Associação de Algodão da Índia,
Dhiren N. Sheth. À Bloomberg, Sheth expressou a esperança de que o
Governo revisse "imediatamente" este passo "lamentável".

Em 2010, a Índia já tinha tomado uma decisão do género, numa
movimentação que ajudou a levar os preços da "commodity" a máximos
históricos.

Hoje, os preços do algodão não tocaram nesses máximos, mas a sua
variação alcançou o limite diário. Os preços dos contratos de algodão
para entrega em Maio subiram 4,5% para 92,23 cêntimos de dólar por
libra, na bolsa de Nova Iorque, segundo a Bloomberg. Os preços globais
do algodão escalaram 57% no ano passado.

No ano fiscal 2011/2012 (que termina a 31 de Março), a Índia já
exportou 8,5 milhões de fardos de algodão, superior ao montante que
era esperado pelo Governo. As empresas indianas têm-se queixado da
perda de competitividade face a rivais no Bangladesh ou no Paquistão,
escreve o "Financial Times", devido à subida dos preços do algodão na
Índia.

De acordo com a Bloomberg, que cita dados do Departamento da
Agricultura norte-americano, a Índia deverá representar 17% das
exportações totais no presente ano fiscal.

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