quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Fraude da carne de cavalo: Bruxelas pede testes de ADN a todos os países da UE

RTP
13 Fev, 2013, 20:03 / atualizado em 13 Fev, 2013, 20:27


Fredrik Von Erichsen, EPA
A Comissão Europeia pediu a todos os Estados da UE para que submetam a
testes de ADN os produtos à base de carne de vaca. O pedido faz parte
de um plano para lidar com a fraude da carne de cavalo, não declarada,
em pratos pré-preparados e ultracongelados à venda em vários países
europeus. Esta quarta-feira, os ministros das nações mais afetadas
reuniram-se em Bruxelas para discutir a resposta ao escândalo, que
veio à superfície quando testes realizados na Irlanda mostraram que
alguns produtos etiquetados como de origem bovina eram, na realidade,
100 por cento de origem equina.
O plano da Comissão Europeia recomendará a todos os Estados Membros
para que efetuem testes de ADN aos produtos que se apresentarem como
tendo carne de vaca, disse o Comissário Europeu encarregado da Saúde e
dos Consumidores, Tónio Borg, à saída da reunião na capital belga.

Um pedido nesse sentido tinha sido feito pelo ministro britânico da
Agricultura. Owen Paterson defendeu que testes idênticos aos que
revelaram a existência do problema passassem a ser feitos de forma
rotineira a partir de agora.

" Gostaria que fossem estabelecidos testes de ADN o mais depressa
possível, em todos os Estados membros, a todos os produtos processados
de carne, tanto durante a fase de processamento como no produto já
acabado", disse o ministro.

Antes mesmo do início da reunião o ministro irlandês da Agricultura,
Simon Coveney defendia uma posição semelhante à do homólogo britânico.
Irlanda defendia "solução europeia" para "problema europeu"

"Isto está a ter impacto na integridade da cadeia alimentar, o que
realmente representa um problema significativo para um grande número
de países. Agora que sabemos tratar-se de um problema europeu,
necessitamos de uma solução europeia" disse.

Ambos os ministros apelaram às autoridades da UE para que mudem as
regras de etiquetagem, para que os produtores sejam forçados a
identificar o país de origem dos produtos processados de carne.
Atualmente, essa regra só se aplica à carne de vaca fresca, e o
procedimento será estendido à carne de cordeiro, de porco e de aves a
partir de Dezembro de 2014.

A Comissão Europeia, que controla as regras de etiquetagem, prometeu
estudar a opção mas, em privado, alguns responsáveis dizem que a
complexidade das cadeias de distribuição torna a implementação dessa
regra quase impossível.
Todos os países por onde passou a carne são suspeitos

Entretanto as autoridades europeias ainda estão a tentar descobrir a
origem da fraude.

"Todos os países por onde passou este produto de carne estão sob
suspeita " disse o Comissário europeu da Saúde, "por países, quero
dizer as companhias nesses países que lidaram com este produto de
carne".

Tónio Borg acrescentou que, nesta fase, seria injusto apontar o dedo a
uma organização em particular.

O escândalo envolve, até agora, companhias operadoras e intermediários
situados numa série de países europeus, desde matadouros na Roménia,
fábricas no Luxemburgo, negociantes em Chipre e companhias alimentares
em França.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=627811&tm=7&layout=121&visual=49

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