quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Portugal devia investir mais na agricultura e pescas em Angola

12 de Fevereiro, 2013

Portugal devia investir mais nos sectores da agricultura e pescas em
Angola, complementando os investimentos na construção civil,
imobiliário e hotelaria, disse à Lusa a presidente do Conselho de
Administração da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP).
Em entrevista à Lusa, Maria Luísa Abrantes destacou a agricultura e as
pescas, por serem estes os sectores em que tradicionalmente os
portugueses trabalharam em Angola, a que acresce as necessidades do
país nesta área.

"Os portugueses são mais fortes na construção civil e também estão a
entrar um pouco para o sector imobiliário e para a hotelaria. Nós
gostaríamos de ver, se calhar, Portugal mais envolvido com a
agroindústria, com a agricultura, com as pescas, tendo ainda em conta
que temos muito interesse e necessitamos de reforçar a nossa pequena e
média industria", disse.

Dos projectos de investimento estrangeiro privado entrados na ANIP,
totalizando cerca de 1,5 mil milhões de euros, Portugal figura
actualmente como quarto maior investidor estrangeiro em Angola, atrás
da China.

Entre 2008 e 2012 o maior número de projectos, 739, veio de Portugal.

A diversificação do investimento estrangeiro vai ao encontro do
desejado, mas Angola está deveras interessada é em novos projectos
ligados ao agronegócio.

"Angola tem tudo para fazer. E tem estabilidade económica e
estabilidade política. Não é apenas um mercado para cerca de 18
milhões de habitantes", acentua, referindo-se às oportunidades que
representam os mercados vizinhos da República Democrática do Congo e
Zâmbia, com mais 80 milhões de consumidores.

De momento não está previsto para Portugal nenhum "roadshow" para
captação de investimento, mantendo-se o calendário de eventos e
apresentações, organizados em colaboração com as embaixadas de Angola
na Europa de Leste.

"Temos também convites para (conferências) nos Emiratos Árabes e
solicitações de universidades", acrescentou.

Maria Luísa Abrantes considera, por outro lado, que "não passam de
desculpas" as alegações de empresários portugueses quanto às
dificuldades por que passam para obterem vistos de trabalho para
Angola

"Acho que é uma desculpa, porquanto, normalmente, em qualquer país do
mundo para se ter um visto de trabalho não se tem no mesmo dia. Angola
até dá um visto privilegiado, dá o privilégio, aos administradores de
poderem continuar a laborar com vistos sem serem vistos de trabalho.
Só que o visto privilegiado tem um prazo e uma prorrogação única e a
partir daí tem que ser um visto de trabalho", considerou.

Além disso, concluiu, as empresas insistem em trazer os seus
trabalhadores com vistos de turismo e só depois tratam de os
legalizar, a que acrescem as dificuldades na transferência dos
dividendos.

Lusa/ SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=68099

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