domingo, 10 de fevereiro de 2013

Capoulas Santos lamenta que acordo se distancie das propostas do PE

UE / Cimeira:

O eurodeputado socialista Capoulas Santos afirmou estar "preocupado"
com o acordo hoje alcançado pelo Conselho Europeu sobre o orçamento
comunitário plurianual para 2014-2020, lamentando que a decisão dos 27
se distancie das propostas do Parlamento Europeu (PE).

"Todos sabíamos que era uma negociação muito difícil, porque os
contribuintes líquidos não estão dispostos a abrir os cordões à bolsa
e portanto saberíamos que a probabilidade de redução do orçamento era
muito grande", disse, em declarações à Lusa, o eurodeputado.

"Lamento que a decisão que acaba de ser tomada seja uma decisão que
está muito distanciada da posição do PE", frisou Capoulas Santos.

"Os quatro principais grupos políticos já disseram que não irão
aceitar esta decisão e, nos próximos dias, creio que vão existir
acesos debates no Parlamento", afirmou o socialista, recordando que a
decisão final sobre o orçamento comunitário, de acordo com o Tratado
de Lisboa, "terá de ser uma decisão consensualizada pelo Conselho e
pelo Parlamento".

Sobre Portugal, o eurodeputado socialista manifestou estar "muito
preocupado", em particular com as verbas para a agricultura.

"No desenvolvimento rural, o orçamento global era de 98 mil milhões de
euros, passa para 85 mil. (...) Vai haver uma redução que será
certamente a distribuir por todos e que vai cair bastante sobre nós",
indicou Capoulas Santos, relator do PE para os principais regulamentos
da reforma da Política Agrícola Comum (PAC).

"O Governo disse que Portugal vai receber mais 500 milhões de euros,
mas não disse qual é a base a que esses 500 milhões vão ser
acrescentados. Porque se a base for bastante reduzida, como é
previsível, isso significa que, mesmo com esse bónus, iremos perder
bastante dinheiro", frisou.

Segundo Capoulas Santos, se esta posição prevalecer, a agricultura
portuguesa ficará "com muito menos recursos".

Para o eurodeputado socialista, o PE não vai poder bloquear a decisão
sobre o orçamento, "porque a Europa precisa de estabilidade e
necessita de um quadro financeiro estável para os próximos anos", mas
antevê "quatro meses muito duros de negociação, em particular nas
políticas sectoriais".

"A decisão final não será tão má como aquela que hoje acaba de ser
decidida pelo Conselho, mas não será tão boa como aquela que o PE
gostaria que fosse", concluiu.

Os líderes europeus chegaram hoje, em Bruxelas, a acordo sobre o
orçamento comunitário para os próximos sete anos.

O acordo foi alcançado após mais de 24 horas de maratona negocial e
depois de o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, ter
apresentado quatro propostas de compromisso desde o início das
negociações, em Novembro.

O Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia (UE) 2014-2020 é,
pela primeira vez, inferior ao anterior e tem que ser aprovado pelo
Parlamento Europeu.

Fonte: Lusa

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/02/08p.htm

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