quarta-feira, 15 de junho de 2011

Brasil opõe-se ao controlo do preço dos alimentos

G-20
15 | 06 | 2011 11.45H
O Brasil anunciou que manterá durante a próxima reunião do G20, na
França, a sua posição contrária a qualquer tipo de controlo no preço
internacional dos alimentos.
Destak/Lusa | destak@destak.pt
A informação foi anunciada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Wagner Rossi, que defendeu que a única maneira de
estabilizar os preços agrícolas é através do aumento da produção de
alimentos.

"O Brasil é um dos poucos países que pode conseguir esse resultado com
aumento da produtividade e sem agredir o meio-ambiente", declarou o
ministro.
O grupo das 20 maiores economias do mundo discutirá na próxima semana
soluções para tentar conter o aumento no preço dos alimentos.
Para subsidiar as discussões, alguns documentos com estatísticas e
previsões foram preparados pela Agência das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Organização para a Cooperação e
o Desenvolvimento Económico (OCDE).
Um relatório destas organizações aponta para um aumento contínuo dos
preços agrícolas, em termos nominais e reais, até pelo menos 2020.
Perante este cenário, a proposta para tentar combater a volatilidade
nos preços dos alimentos envolve três linhas de atuação. A primeira
delas é uma maior transparência no mercado, com o fornecimento de
informações mais precisas sobre produção e armazenagem.
A segunda sugere a criação de reservas de segurança e a terceira e
última propõe a regulação do mercado de futuros, na tentativa de
evitar a especulação financeira nos mercados agrícolas.
Em relação a essas propostas, o ministro Wagner Rossi declarou que o
Brasil aceitará discutir formas de regular os produtos financeiros
sustentados no comportamento futuro dos preços de 'commodities'
[produtos] agrícolas, admitindo que estes investimentos possam
contribuir para a instabilidade das cotações.
O ministro afirmou ainda que o Brasil é a favor da proposta francesa -
a França ocupa a presidência rotativa do G20 - de criação de reservas
mínimas para garantir a segurança alimentar dos países mais pobres e
adiantou que o Brasil pretende participar nesse esforço.
Quanto ao pedido de maior transparência nas informações sobre os
negócios agrícolas, Rossi afirmou que o Brasil já adota essa prática e
que todos os dados relevantes da produção agropecuária do país estão
disponíveis no portal na Internet do Ministério da Agricultura.
Eterno tema de debate entre Brasil e União Europeia, a questão dos
subsídios agrícolas europeus não será discutida durante a próxima
reunião do G20, disse o ministro, que voltou a defender que este
mecanismo é também um dos responsáveis pela instabilidade nos preços
dos alimentos.
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