Inquérito divulgado pela Oxfam
15.06.2011 - 10:08 Por Inês Sequeira
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Há pessoas em todo o mundo que estão a alterar os hábitos alimentares
devido ao preço crescente da comida, revelam os resultados de um
inquérito que foi hoje divulgado pela Oxfam, uma organização não
governamental.
Alunos de enfermagem ensinam idosos a comer bem e barato no Bairro do
Aldoar, no Porto
(Paulo Pimenta/arquivo)
Este novo inquérito, realizado entre Maio e Junho a mais de 16 mil
pessoas em 17 países, indica que 54 por cento dos que responderam não
estão actualmente a comer os mesmos alimentos que há dois anos, antes
de se ter iniciado a crise actual do sector.
Em termos globais, dos inquiridos que responderam que tinham alterado
os hábitos alimentares, 39 por cento fizeram-no por razões económicas
e outros 33 por cento disseram que foi por motivos de saúde.
Os resultados obtidos no Quénia foram os mais preocupantes, salienta a
Oxfam, em comunicado: 76 por cento admitem que mudaram a sua dieta
alimentar, dos quais 79 por cento atribuem a culpa aos preços da
comida.
No entanto, também na Europa, por exemplo, houve resultados
preocupantes. No Reino Unido, 46 por cento dos inquiridos responderam
que mudaram os hábitos alimentares, dos quais 41 por cento devido a
subida dos custos.
Além destes dois países, o inquérito foi realizado na Austrália,
Brasil, Alemanha, Gana, Guatemala, Índia, México, Holanda, Paquistão,
Filipinas, Rússia, África do Sul, Espanha, Reino Unido e Estados
Unidos.
O problema dos preços crescentes na alimentação vai aliás ser debatido
pelos ministros da Agricultura do G20 (grupo das 20 principais
economias do mundo), num encontro em França agendado para a próxima
semana, lembra a Oxfam.
A organização não governamental britânica salienta também que o preço
da comida é o principal problema, em termos alimentares: 66 por cento
dos inquiridos consideram que essa é uma das suas grandes
preocupações.
Por outro lado, 43 por cento consideram que o valor nutricional dos
alimentos é um dos aspectos que mais os preocupam.
Já nos países mais pobres, o grande problema é na verdade a falta de
comida, uma questão referida por 57 por cento dos inquiridos no Quénia
e 45 por cento na Tanzânia.
Jeremy Hobbs, director executivo da Oxfam, lança um aviso: "A nossa
dieta está a mudar rapidamente e para demasiadas pessoas está a
alterar-se no sentido errado", afirma, citado num comunicado da ONG.
"Grandes números de pessoas, especialmente dos países mais pobres,
estão a cortar na quantidade e qualidade da comida que comem devido às
subidas de preços."
Hobbs defende que os líderes de Governo, em especial os que pertencem
ao G20, devem "regular o mercado de matérias-primas e reformar as
políticas de biocombustíveis para manter os preços sob vigilância, e
devem também investir em produtores em pequena escala de países em
desenvolvimento".
http://economia.publico.pt/Noticia/precos-dos-alimentos-alteram-os-habitos-alimentares-em-todo-o-mundo_1498798
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