sexta-feira, 17 de junho de 2011

Preços reais de alguns alimentos deverão subir 20 a 30 por cento até 2020

Relatório
17.06.2011 - 12:46 Por Inês Sequeira, Lusa
Os preços reais dos cereais poderão aumentar 20 por cento e os da
carne 30 por cento nos próximos 10 anos, face aos valores registados
entre 2011 e 2010, avisa hoje um relatório publicado pela Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela
FAO-Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação.
O preço real da carne deverá subir 30 por cento até 2020, face aos
primeiros dez anos do século XXI.
(Paulo Ricca)

Ainda assim, as duas organizações, que publicam em conjunto um
relatório de previsões agrícolas para o período 2011-2020, salientam
que o aumento de preços previsto para a década que agora se inicia
fica "muito abaixo" dos "picos" atingidos em 2007-2008 e novamente
este ano.
Num prazo mais curto, prevê-se também que "uma boa colheita nos
próximos meses deverá puxar os preços destas matérias-primas abaixo
dos níveis altíssimos do início deste ano", indica um comunicado da
OCDE.
Aquilo que mais preocupa a OCDE e a FAO é o impacto da subida de
preços durante a próxima década sobre as populações mais pobres de
alguns países em desenvolvimento.
"Enquanto os preços mais altos são normalmente boas notícias para os
agricultores, o impacto nos pobres nos países em desenvolvimento, que
gastam uma elevada fatia dos seus rendimentos em comida, pode ser
devastador", disse hoje o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría,
citado no comunicado.
Gurría defende que a única forma de prevenir estes problemas será
através dos governos, que têm de "aumentar a informação e
transparência dos mercados físicos e financeiros, encorajar
investimentos que aumentem a produtividade nos países em
desenvolvimento, acabar com políticas que distorcem a produção e o
comércio e ajudar os vulneráveis a gerirem melhor o risco".
A OCDE e a FAO prevêem uma quebra no ritmo da produção agrícola global
nos próximos dez anos, com um crescimento à taxa anual de 1,7 por
cento em comparação com os 2,6 da década anterior.
Por seu lado, as pescas, analisadas pela primeira vez nestas
perspectivas, deverão crescer 1,3 por cento ao ano até 2020 e que em
2015 a "aquicultura tenha ultrapassado a captura de pescado como a
fonte mais importante de peixe para consumo humano".
O dirigente da FAO apresentou como factores para o aumento dos preços
a pressão sobre a oferta a nível mundial para colmatar as necessidades
alimentares das populações, a subida dos custos de produção e a
desaceleração dos ganhos de produtividade.
As duas instituições compilaram um conjunto de respostas às
problemáticas ligadas ao sector alimentar para apresentar aos países
do G-20, que se vão reunir no próximo mês de Novembro em Cannes.

http://economia.publico.pt/Noticia/precos-reais-de-alguns-alimentos-deverao-subir-20-a-30-por-cento-ate-2020_1499138

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