sábado, 26 de setembro de 2015

Copa Cogeca: produtores da UE confirmam baixa produção de cereais em 2015



 25 Setembro 2015, sexta-feira  CerealiculturaPolítica Agrícola
cereais

O Copa Cogeca, organização europeia que representa agricultores e cooperativas, confirma uma redução da produção de cereais e oleaginosas este ano na União Europeia (UE), devido, em parte, às más condições meteorológicas e também à nova Política Agrícola Comum (PAC).
A organização publicou novos valores que confirmam uma queda da produção de cereais e oleaginosas este ano, em comparação com o anterior, e expressou a sua preocupação quanto à questão da liquidez dos agricultores.
A publicação destes dados foi uma iniciativa dos grupos de trabalho "Cereais" e "Oleaginosas".
O presidente do grupo de "Cereais", Max Schulman, declarou que os últimos valores para a produção na UE dos 28 (UE-28) registam uma queda de 6,9% em 2015.
A colheita alcançou 298 milhões de toneladas, em relação aos 320,5 milhões do ano passado, o que em parte é consequência da nova PAC e das más condições meteorológicas verificadas em muitos países.
No entanto, continua a ser uma boa colheita, tendo em conta que no ano anterior a produção atingiu níveis recorde.
Os preços dos cereais bateram no fundo e já ninguém cobre os custos de produção, o que deixa os agricultores com graves problemas de liquidez.
Por esta razão, as exportações devem ser aceleradas e encontrar novos mercados.
O Copa Cogeca mostra-se satisfeito com o facto da Comissão Europeia «planear e impulsionar os programas de promoção europeus. As cooperativas agrícolas também ajudam os agricultores a gerir melhor o seu dinheiro desde a passada campanha, pelo que consideram oportuno que a Comissão tenha proposto um adiantamento dos pagamentos diretos sem recorrer aos controlos sobre o terreno».
Contudo, vincam, «as novas normas sobre os mercados financeiros deviam ter em conta o setor agrícola e prever instrumentos para proteger os agricultores perante os riscos de mercado».
Max Schulman assinalou ainda que a colheita de colza na UE-28 também regista uma descida de até 11,2% face ao ano passado, principalmente em consequência da proibição do tratamento de sementes com neonicotinóides e das condições climáticas, defendendo que a Comissão deve tomar uma posição neste assunto e realizar uma análise de impacto socio-económico»
O setor europeu das proteaginosas revela uma nota positiva, tendo registado um aumento significativo de 35%, em parte, devido à nova PAC e aos requisitos das medidas greening (ambientalmente sustentáveis), o que é uma boa notícia para o setor pecuário e a indústria de fabricação de rações da UE, cuja produção deve ter garantias de chegar ao mercado.  

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