terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Alqueva: Centrais mini-hídricas com produção quase ínfima

31-01-2012

As cinco centrais mini-hídricas do projecto Alqueva, que implicaram um
investimento de 17,1 milhões de euros, praticamente não produziram
energia, porque ainda não foi necessário transferir água para reforçar
as albufeiras onde estão instaladas.
As centrais localizadas junto das albufeiras de Alvito, Odivelas,
Pisão, Roxo e Serpa, no distrito de Beja, estão «em fase de
exploração» e «aptas a produzir energia», disse à Agência Lusa fonte
da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA).
No entanto, «apenas produzem energia» quando é transferida água das
albufeiras de Alqueva e do Pedrógão para as albufeiras onde estão
instaladas e através dos adutores em que estão inseridas, explicou.
«As produções, muito baixas, registadas» nas centrais devem-se ao
facto de não ter havido, desde que foram construídas, «necessidade» de
transferir água para «reforço» dos caudais naturais afluentes das
cinco albufeiras, justificou.

Por outro lado, para que as centrais pudessem produzir energia com a
água armazenada nas albufeiras teriam que estar equipadas com grupos
reversíveis, mas estudos concluíram que tal não seria «economicamente
viável».
No entanto, frisou, a «viabilidade económica» das mini-hídricas é
«justificada» pelo investimento ainda a realizar em infra-estruturas
do projecto e «a previsível evolução dos caudais a transferir».
«Ocorrerão, certamente, alguns anos» em que as centrais não produzirão
energia por «não ser necessário reforçar» as albufeiras, admitiu.
Mas, lembrou, no caso do Roxo, desde que a barragem e o regadio foram
construídos, «poucos foram os anos em que não houve restrições ao
consumo da água armazenada» na albufeira.
A central do Pisão, em exploração há mais de três anos e com uma
produção anual estimada de 2,05 gigawatts por hora (GWh), ainda só
produziu 0,0017 GWh.
A central do Roxo, em exploração há ano e meio e com uma produção
anual estimada de 4,45 GWh, ainda só produziu 0,01 GWh.
As mini-hídricas de Alvito, Odivelas e Serpa, em exploração há mais de
um ano e com produções anuais estimadas de 8,5, 14,72 e 2,39 GWh,
ainda só produziram 0,14, 0,023 e 0,0071 GWh, respectivamente.
Segundo a fonte, as mini-hídricas «não são centrais para produção
constante» de energia e foram construídas para «reduzir os custos
associados» e «acrescentar rentabilidade» ao processo de transferência
de água das albufeiras de Alqueva e Pedrógão e para outras inseridas
no empreendimento de Alqueva.
Por isso, «a maior ou menor produção» de cada central «depende, em
cada ano», da necessidade de transferir água para as albufeiras de
Alvito, Odivelas, Pisão, Roxo e Serpa.
A transferência depende dos caudais naturais das albufeiras, que, por
sua vez, dependem dos anos hidrológicos e dos consumos com
"abastecimento público, industrial e, fundamentalmente, agrícola".
«Nos últimos dois anos, as afluências próprias das albufeiras têm sido
suficientes» para os consumos verificados e, por isso, não tem havido
necessidade de transferir água das albufeiras de Alqueva e Pedrógão,
disse a fonte.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia43006.aspx

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