segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Azeite vai ter ecoetiqueta em 2013

O azeite do sudoeste da Europa, que representa 47% da produção
mundial, terá a partir de 2013 uma ecoetiqueta que garante o respeito
pelas normas ambientais e a indicação da pegada de carbono no processo
produtivo.

A investigação envolve o CVR - Centro para a Valorização de Resíduos
da Universidade do Minho, a Associação de Olivicultores de
Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) e quatro centros tecnológicos de
França e Espanha.

O consórcio designa-se OiLCA e é cofinanciado pelo FEDER ao abrigo do
programa Interreg IV B SUDOE.

O grupo reuniu há dias no CVR, em Guimarães, definindo em especial
para 2012 a realização de jornadas e mesas de trabalho, dirigidas às
empresas e demais entidades públicas e privadas do sector oleícola,
que permitirão a recolha de informação e validação de metodologias e
ainda a difusão de resultados finais, previstos para dezembro.

"O OiLCA visa promover a competitividade do sector oleícola do
sudoeste europeu e culminará na implementação de uma ecoetiqueta,
indexada ao produto oleico, capaz de comunicar ao consumidor o esforço
e contribuição do setor para proteger o meio ambiente e mitigar as
alterações climatéricas", explica Jorge Araújo, do CVR.
Pretende-se proporcionar às empresas uma ferramenta que permita
avaliar, de um ponto de vista ambiental e económico, tantos os seus
processos produtivos como os impactes resultantes das possíveis
alterações nos mesmos, identificando os melhores cenários sustentáveis
e ecoeficientes.

Para isso serão realizadas análises à pegada de carbono, ao ciclo de
custos e ao volume de resíduos produzidos por região. Para quantificar
as emissões de gases com efeito de estufa será usada como ferramenta a
análise de ciclo de vida (ACV), passando por todas as fases de
produção.

Além do CVR e da AOTAD, o consórcio inclui a Fundação Citoliva (chefe
de fila), Fundação CTM Centro Tecnológico, Instituto Andaluz de
Tecnologia e Instituto Nacional Politécnico de Toulouse. O site
oficial é www.oilca.eu.

Rentabilizar os resíduos do azeite

As qualidades intrínsecas do azeite e o seu elaborado cultivo,
extração, refinação e embalagem conferem-lhe um custo quatro vezes
superior aos óleos alimentares tradicionais, como o de girassol,
obtido desde uma semente oleoginosa e não de um fruto.

Da azeitona é possível extrair 20% do seu peso em azeite, sendo o
restante, chamado bagaço, uma mistura de caroço, polpa e azeite
remanescente, resíduo que é quatro vezes maior do que o produto de
interesse.

O sudoeste europeu produz 7.25 milhões de toneladas de bagaço ao ano,
sendo imprescindível identificar e potenciar oportunidades de gestão
segundo as tecnologias disponíveis e emergentes que antevejam ganhos
ambientais e económicos, perante um contexto de crise energética e da
crescente preocupação ambiental dos cidadãos.
O consumo de azeite aumentou na Europa mais de 50% nos últimos 20 anos,
alcançando 1,85 milhões de toneladas em 2009.

No mesmo período, Portugal mais do que duplicou a sua produção, de 26
mil para 68 mil toneladas, e em simultâneo reduziu para metade o total
de lagares (de 1000 para 500), com tecnologia moderna e avançada.

O país produz 70% do azeite que precisa e está a caminho da
autossuficiência meio século depois. Admite-se ultrapassar em breve as
100 mil toneladas de produção anual do chamado "ouro líquido" e
reforçar o volume das exportações, sobretudo para o Brasil.

Mais Actual - 30.1.2012
Publicada por p.a. em 12:58

http://www.portaldoazeite.com/2012/01/azeite-vai-ter-ecoetiqueta-em-2013.html

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