quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Governo de Luanda quer atrair empresas portuguesas em dificuldades (O objectivo é apostar nos sectores prioritários para Angola, nomeadamente agricultura)

Economia

23.01.2012 - 22:51 Por Lusa
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(Foto: Miguel Madeira)
O Governo de Angola quer atrair empresas portuguesas que enfrentam
dificuldades graves de tesouraria devido à crise, mas que ainda têm
potencial tecnológico, e apostar num mecanismo de migração selectiva.

A intenção foi referidanesta segunda-feira pelo ministro angolano da
Economia, Abraão Gourgel, que falava numa conferência de imprensa
conjunta com o ministro português da Economia e Emprego, Álvaro Santos
Pereira. O responsável angolano destacou também a aposta do governo a
que pertence na desburocratização dos processos de instalação de
empresas e a "trasladação de activos de empresas que, em Portugal, já
não possam funcionar em pleno".

O governante disse que o ministério que dirige quer, "numa discussão
aberta com o serviço de imigração, encontrar um mecanismo de migração
selectiva" de empreendedores, detentores de tecnologia e conhecimento
e também de capital. O objectivo é apostar nos sectores prioritários
para Angola, nomeadamente agricultura, pecuária e pescas, mas também
nos materiais de construção, serviços de apoio ao sector industrial,
bem como aos sectores da indústria transformadora e mineira.

"Queremos partir rapidamente para acções de curto e médio prazo",
disse, afirmando que "a integração é parte da agenda da parceria
estratégica" entre Portugal e Angola. Questionado sobre as
dificuldades impostas pela nova lei do investimento privado, que exige
um limite mínimo de um milhão de dólares para empresas que queiram
investir em Angola, o ministro sustentou tratar-se de um montante
"muito pouco intensivo em capital e com impacto mais ou menos
pequeno".

Acrescentou que, se uma empresa portuguesa que queira deslocalizar-se
tiver activos de 500 mil dólares, pode entrar com esse valor e o
parceiro angolano completará com o restante investimento em recursos
financeiros. Além disso, o parceiro angolano terá acesso a
financiamentos e a empresa também, desde que a posição angolana seja
maioritária.

Na mesma conferência de imprensa, Álvaro Santos Pereira reafirmou a
intenção dos governos de Portugal e de Angola, de liderar um processo
de integração económica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), considerando que, embora a história e a cultura comuns sejam o
que une os oito membros, a economia é o que os "fará ir para a
frente". Sublinhou que já foi criado um grupo de trabalho para
identificar as áreas em que se poderá avançar e exemplificou, como
propostas concretas, a criação de estágios para executivos portugueses
e angolanos noutros países da CPLP. O objetivo, insistiu, é "dar
músculo económico" à CPLP.

http://economia.publico.pt/Noticia/governo-de-luanda-quer-atrair-empresas-portuguesas-em-dificuldades-1530410

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