segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Panificação pode perder 30% das empresas em 2012

CRISE NO PÃO

por LusaOntem


Fotografia © Diana Quintela/Global Imagens
O setor da panificação pode vir a perder 30 por cento de empresas ao
longo de 2012, num panorama que já é negro, mas que se deverá agravar,
disse à Lusa o presidente da ACIP.

"Neste momento, o nosso setor, como todos os outros, está muito mal.
Os consumidores não compram, o mercado não gira e estamos em sérias
dificuldades. A continuar assim, já fizemos uma pequena análise,
poderemos perder mais de 30 por cento das empresas durante este ano",
afirmou o presidente da direção da Associação do Comércio e da
Indústria de Panificação (ACIP), Carlos dos Santos.
Na última semana de janeiro, segundo o responsável da ACIP, "as vendas
caíram mesmo a um ponto muito mais atrás do que 1980", ou seja, o
setor está com quebras nas vendas de pão na ordem dos 20 a 30 por
cento, para valores considerados "irrisórios".
"Voltámos aqui há 10 ou 20 anos e vamos voltar a ver o que se via há
20 anos, que é toda a gente a cozer o seu pão, a utilizar as suas
próprias casas para produzirem para eles e para os amigos", disse
Carlos dos Santos.
Para o presidente da Associação dos Industriais de Panificação de
Lisboa, Diamantino Moreira, a previsão é que encerrem entre 30 a 40
por cento das padarias, apelando ao Governo para que crie uma linha de
crédito que sirva para apoiar o setor.
Carlos dos Santos é perentório em relação a essa questão: "Não
acredito nas linhas de crédito". Segundo o dirigente da ACIP, "as
linhas de crédito servem para vender manchetes nos jornais e para
resolverem os problemas da banca", sem que cheguem de facto a quem
mais delas precisa, as microempresas.
O Estado devia dialogar diretamente com as pequenas empresas e não
através das grandes confederações, defendeu Carlos dos Santos,
lembrando que a ACIP pediu uma audiência ao ministro da Economia, mas
"ele tem coisas mais importantes".
Segundo dados da ACIP, o setor é composto por nove mil empresas de
panificação e pastelaria, com uma média de 8,6 funcionários e dois
empresários por cada, gerando perto de 100 mil empregos diretos com um
volume de negócios total que ultrapassa os cinco mil milhões de euros
por ano.

http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2285374&page=-1

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