quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Projecto criado para promover pequenos agricultores chega a Lisboa

09-02-2012


Ana Piedade Marques é a mais nova de uma geração de agricultores da
Moita. Depois de três anos a vender na zona de Setúbal, estreou-se
agora em Lisboa através do projecto PROVE, que tem como objectivo
promover pequenos agricultores.

A engenheira agrícola, de 32 anos, tem uma horta familiar de cerca de
quatro hectares, onde trabalham os pais e os avós. No total são seis
pessoas. «Juntamos a prática dos avós e a técnica dos mais novos»,
conta à Agência Lusa.

Depois de ter começado a vender os seus produtos na Moita em 2009,
esta semana estreou-se em Lisboa, através do Projecto PROVE, promovido
pela Associação para o Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal
(ADREPES).

O representante da associação, José Diogo, explica que o projecto tem
como objectivo «pegar nos agricultores que produzem um cabaz de
produtos variados e vendê-lo directamente ao consumidor, sem
intermediários».

Para a primeira venda em Lisboa inscreveram-se cerca de 35 pessoas
para comprar um cabaz com cerca de cinco quilos e por 10 euros.
Alfaces, nabos, laranjas, couves coração e espinafres são alguns dos
produtos que Ana Piedade Marques e a família apanharam no seu terreno
na terça-feira, dia da venda na capital, no Mercado de Santa Clara.

«São produtos mais frescos, são colhidos no próprio dia», descreve a
engenheira agrícola. Na sua exploração utiliza o «modo de produção
integrada», um sistema agrícola que «utiliza técnicas amigas do
ambiente».

A produtora explica que as encomendas são feitas pela Internet e que
os consumidores escolhem os produtos que querem, ou não, no cabaz,
porque «os produtos são sazonais» e produzidos «em pouca quantidade».

A agricultora lembra a dificuldade em escoar estes produtos e de
praticar preços justos nas grandes plataformas de venda, bem como os
atrasos nos pagamentos. «Assim é melhor para todos», considera.

Vanessa Figueiredo, uma professora de Lisboa, teve conhecimento dos
produtos frescos da horta familiar de Ana através de uma feira no
Mercado de Santa Clara e acabou por se inscrever online para comprar
um cabaz e «ver como funcionava» o projecto. «É uma boa forma de
comprar produtos naturais, ajudar os produtores portugueses e sair das
grandes superfícies», refere.

Também Ana Paula Henriques vai experimentar os produtos da horta
familiar da Moita pela primeira vez. Apontando para as raízes
presentes em alguns nabos, esta telefonista de Loures repara: «Não há
nada mais fresco do que isto».

Além disso, considera, «é possível ajudar pequenos produtores e
comprar o que é português», o que «em altura de crise é uma maneira de
ajudar».

O projecto PROVE está já espalhado por todo o país, depois de ter
alcançado 45 locais diferentes de venda e 100 explorações agrícolas,
cujos locais de venda não distam mais de 50 quilómetros das produções.
O projecto conta com cerca de 1.500 consumidores e tem um volume de
negócios de cerca de 700 mil euros.

Fonte: Lusa

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia43352.aspx

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