terça-feira, 20 de novembro de 2012

Proprietários florestais alertam para importância económica do sector "num país em crise”

19.11.2012 - 13:00 Por Lusa


O presidente da Associação Florestal de Portugal (Forestis) lançou
hoje, no Porto, um alerta "ao país em crise" para que "acorde" para a
importância económica da floresta, um sector que emprega entre 200 a
250 mil pessoas.


Francisco Carvalho Guerra afirmou que este sector representa 3% do
Produto Interno Bruto (PIB) e 12% das exportações, valores que, em seu
entender, "podem ser duplicados nas próximas duas décadas".

Em declarações à Lusa, no âmbito do Seminário Internacional Floresta e
Sociedade, organizado pela Forestis, Carvalho Guerra, considerou que
"nos últimos 15 ou 20 anos, os sucessivos governos investiram na
criação dos sapadores florestais, na criação das zonas de intervenção
florestal e em alguns incentivos que deram (embora pouco) para
replantações, mas que não se está a fazer todo o esforço que se
poderia fazer. Faltam mais incentivos".

"Para que o investimento no terreno seja uma realidade e uma
alternativa ao desenvolvimento económico, os proprietários florestais
necessitam, também, de ter acesso a financiamento e menos burocracia
nos processos", disse.

O presidente da Forestis defendeu, por isso, a necessidade de "chamar
a atenção da comunidade europeia" para a inexistência de "uma entidade
única que olhe e trate da floresta. Actualmente, está dividida numa
série de direcções gerais e numa série de departamentos".

Na abertura do seminário, que decorre até terça-feira, foi também
apresentado um estudo europeu sobre percepção pública das florestas
que concluiu que os europeus estão hoje mais preocupados com a
protecção das florestas, desconhecendo, no entanto, o contributo que
estas dão para a economia dos países.

Segundo este inquérito, o público dá agora mais importância a temas
como o efeito das florestas no combate às alterações climáticas e à
preservação da biodiversidade do que à utilização de madeira para
bioenergia ou o uso de madeira como material renovável.

No caso português, a maioria da população desconhece, por exemplo, que
só 3% da floresta nacional é pública e que mesmo as áreas protegidas,
como o Parque Nacional Peneda-Gerês, são compostas por terrenos
privados e comunitários.

A Forestis – Associação Florestal de Portugal associa 31 associações
de proprietários florestais do país. Fundada em 1992, tem como missão
o fomento do associativismo, a gestão e a defesa da floresta,
incentivando a gestão conjunta, especialmente nas áreas de minifúndio.

http://economia.publico.pt/Noticia/proprietarios-florestais-alertam-para-importancia-economica-do-sector-num-pais-em-crise-1573061

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