domingo, 18 de novembro de 2012

Olivicultores transmontanos querem ajudas de Bruxelas para aumentar produção com regadio

16-11-2012



Os olivicultores transmontanos reclamaram a canalização de verbas do
próximo Quadro Comunitário de Apoio para regadio dos olivais,
garantindo que este investimento permitirá aumentar «cinco vezes» a
produção nesta zona.

A região de Trás-os-Montes e Alto Douro é a segunda maior produtora de
azeite do país, a seguir ao Alentejo, e nos «últimos seis a sete anos
aumentou a área de olival em 30 mil hectares», passando para 80 mil,
de acordo com o presidente da Associação de Olivicultores de
Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD).

O problema, segundo disse à Lusa António Branco, é que este
crescimento da área de plantação não está a traduzir-se num aumento da
produção pela dependência das condições climatéricas, um obstáculo
que, defendeu, só será possível ultrapassar com projectos de regadio.

A esmagadora maioria dos olivais transmontanos são de sequeiro,
dependentes da rega natural, com os efeitos negativos na produção em
anos secos como o actual, em que são estimadas quebras de «20 a 30 por
cento».

Há vários anos que a organização representativa do sector tem vindo a
reclamar uma fatia das verbas da União Europeia para a instalação de
sistemas de regadio. Nas ajudas comunitárias à agricultura previstas
no quadro de apoio que está prestes a terminar, «não se fez um único
projecto de regadio na área de Trás-os-Montes, foi tudo transferido
para o Alqueva, no Alentejo», segundo o dirigente associativo.

A AOTAD reclama que, na negociação em curso na União Europeia das
ajudas para os próximos sete anos, «é fundamental o Governo português
garantir que há verbas para o regadio e, concretamente para o regadio
de Trás-os-Montes».

O presidente da AOTAD defendeu que com o financiamento para a
instalação de sistemas de rega nos olivais será possível um aumento da
produção actual «cinco vezes».

António Banco frisou que os olivicultores têm apostado no sector.
Todos os anos «aumenta a área de olival e muita nem é financiada»,
sublinhou, mas sem aumentos proporcionais da produção, o que o
dirigente acredita poderia ser ultrapassado com projectos de regadio.

Cerca de 36 mil olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro produzem,
num ano médio, entre 80 a 90 milhões de toneladas de azeite, o segundo
sector agrícola com maior peso económico nesta região, a seguir ao
vinho.

As problemáticas, inovações, técnicas e oportunidades do sector estão
em discussão, desde o dia 15 até sábado, dia 17 de Novembro, em
Mirandela, num simpósio nacional de olivicultura organizado pela AOTAD
em parceria com a Associação Portuguesa de Horticultura, o Instituto
Politécnico de Bragança, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
e a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte irão organizar
em Mirandela.

O evento tem como propósito "promover a cooperação entre
investigadores, técnicos, agricultores, estudantes, transformadores,
exportadores, políticos e outros, para uma troca de experiências que
contribua para aumentar a rentabilidade e sustentabilidade da fileira
olivícola nacional".

O simpósio decorre no auditório municipal de Mirandela, onde pode ser
também apreciada, durante os três dias, uma mostra de produtos de
Trás-os-Montes, com destaque para o azeite.

Fonte: Lusa

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia45261.aspx

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