domingo, 18 de novembro de 2012

Os novos rurais

País Real


Portugal está a conhecer um fenómeno idêntico ao passado há muitos
anos nos EUA, no Velho Oeste, conhecido por 'corrida ao ouro'.
Por:José Martino, engenheiro agrónomo


Peço desculpa pela comparação, talvez grosseira, mas julgo que a
imagem é forte e dá a ideia de como na actual crise as pessoas estão a
tentar ultrapassar as dificuldades. Aqui não há Velho Oeste, nem o
ouro se encontra disponível para os 'garimpeiros' o peneirarem no rio
– está bem guardado nos cofres-fortes do Banco de Portugal.

O que há é uma importante vaga de jovens que vêem na agricultura um
modo de vida, um projecto empresarial com sustentabilidade, um sector
com futuro. Este movimento, denominado 'os novos rurais', em cada mês
que passa regista o incremento de mais de 200 empresários. Esta onda
não pode ser travada, e é muito importante que os poderes públicos
assumam a responsabilidade de criar os instrumentos para a sustentar.

Defendo, por isso, que as ajudas de apoio à instalação dos jovens
agricultores não tenham interrupção entre a transição de quadros
comunitários de apoio, o que acontecerá na passagem de 2013 para 2014.
Porque se trata de um movimento histórico na agricultura de Portugal,
a maior ruptura geracional e de competências formativas pela
integração em massa de jovens com maior formação.

O impulso a este processo passa por melhor e mais eficaz formação
profissional, acesso à terra através da bolsa pública de terras e
sobretudo pela criação de uma linha de crédito na CGD para apoio ao
investimento e instalação de jovens agricultores.

A experiência que vivi no 1º Quadro Comunitário de Apoio indica-me que
há probabilidade de se verificar nos próximos anos o mesmo fenómeno
que aconteceu nessa altura: uma taxa de desistência superior a 50%.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/os-novos-rurais

1 comentário:

Anónimo disse...

jovens agricultores, a demanda não é maior (pelo menos estatisticamente), porque só se é jovem até aos 40 anos, apesar de se estar ainda a meio da vida.
Não deverá este conceito ser revisto e aumentar a idade dos ditos "jovens agricultores", há muita gente na plenitude das suas capacidades e com muita experiência acumulada capaz de dar este salto com muito mais sutentabilidade e com projectos bem estruturados mas sem o finaciamento inicial...

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