terça-feira, 7 de junho de 2011

Agricultores: Explorações agrícolas com prejuízos "muito elevados"

MAU TEMPO/BEJA
por LusaHoje
A forte chuvada, acompanhada de granizo, que fustigou Beja no último
domingo causou prejuízos "muito elevados" em "meia dúzia" de
explorações agrícolas nos arredores da cidade, nalguns casos com
perdas de "100 por cento" na produção.

O temporal, com "uma queda de granizo muito forte e uma tromba de
água", afectou "meia dúzia de explorações à volta de Beja", nas quais
causou "prejuízos muito elevados", nalguns casos "de 100 por cento",
disse hoje à Lusa o presidente da Federação das Associações de
Agricultores do Baixo Alentejo, Castro e Brito. Trata-se sobretudo de
explorações com plantações de vinha, olival ou culturas arvenses, como
trigo e cevada, precisou.
A Sociedade Agrícola do Monte Novo e Figueirinha, com 170 hectares de
olival e 40 hectares de vinha, e a Sociedade Agrícola Fontediago, com
280 hectares de olival e 22 hectares de trigo duro, foram duas das
explorações afetadas. O temporal afetou "entre 75 a 80 por cento da
produção" da vinha e do olival, disse à Lusa o gestor da Sociedade
Agrícola do Monte Novo e Figueirinha, Filipe Cameirinha, explicando
que o granizo, no caso da vinha, "afetou diretamente as uvas, que
estão estragadas", e no caso do olival, "atirou azeitonas para o
chão". A sociedade estima um prejuízo "na ordem de meio milhão de
euros", disse o gestor, referindo que, devido aos efeitos do temporal
de domingo, "este ano vão entrar muito menos uvas e azeitonas" na
adega e no lagar da sociedade, o que irá afetar a produção de vinho e
de azeite.
"Era bom que o Governo tomasse providências para ajudar os
agricultores afetados" neste caso, defendeu Filipe Cameirinha,
referindo que a sociedade tem seguro, mas ainda não sabe se vai
"conseguir receber algo da companhia de seguros". No caso da Sociedade
Agrícola Fontediago, o granizo afetou 240 dos 280 hectares de um
olival jovem, que "este ano ia dar azeitona pela primeira vez", e os
22 hectares de trigo duro, plantações que não têm seguro, disse à Lusa
um dos sócios da exploração, Luís Mira Coroa. Dos 240 hectares de
olival, 140 hectares foram afetados "a 100 por cento" e os restantes
100 hectares "entre 40 a 50 por cento", precisou, explicando que o
granizo "partiu ramos jovens" das oliveiras e "derrubou azeitonas, que
ainda não estão bem formadas, para o chão".
Os estragos no olival "são os piores", porque, além de afetarem a
produção deste ano, devido ao derrube de azeitonas, vão também afetar
a produção de 2012, porque os ramos jovens das oliveiras derrubados
pelo granizo "seriam os que dariam a produção do próximo ano", frisou
o também presidente da assembleia geral da Cooperativa Agrícola de
Beja e Brinches. A forte chuvada que fustigou Beja no domingo provocou
ainda 43 inundações em ruas de zonas baixas da cidade, habitações,
estradas e nas caves de um hotel e da Unidade de Hemodiálise do
hospital, mas sem causar danos graves.
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1872556

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