quinta-feira, 9 de junho de 2011

Secretário de Estado diz que comunidade ambiental deve seguir os seus valores

08.06.2011
Lusa
O secretário de Estado do Ambiente apelou hoje à comunidade ambiental
para continuar a seguir os seus valores, sem se iludir com as opiniões
de aparente defesa da natureza mas que, no concreto, têm outras
prioridades.
No seu discurso na sessão evocativa dos 40 anos da Comissão Nacional
do Ambiente, entidade pioneira da política ambiental em Portugal e
percursora da actual Agência Portuguesa do Ambiente, Humberto Rosa
referiu que "a comunidade ambiental não se deve iludir" com partes da
sociedade que dizem defender os valores ambientais, mas preferiam "pôr
limites às maçadas" do ambiente.

"Não conheço ninguém que diga que é contra o ambiente, contra a
natureza ou contra a conservação, mas na verdade quando toca ao
concreto, de escalonar valores e interesses e hierarquizar
prioridades, as divergências são muitas", explicou aos jornalistas o
responsável do Ministério liderado por Dulce Pássaro.
"Existem partes da nossa sociedade que, legitimamente, têm, na
prática, outros valores que consideram muito cimeiros aos valores
ambientais, quase como se estes fossem descartáveis para a felicidade
humana", referiu, falando à margem da sessão, que decorreu em Lisboa.
Para Humberto Rosa, aqueles "estão errados e a comunidade ambiental
deve defender os seus valores para levar o bom caminho da nossa
sociedade".
O secretário de Estado frisou que a política de ambiente "tem hoje uma
maturidade, uns alicerces, uma consolidação que a tornam relativamente
imune a tentativas de desconstrução, temos é que a ir reconstruído
cada vez melhor".
Quando questionado acerca das áreas que preferia ter visto mais
desenvolvidas durante os seis anos que esteve no Ministério do
Ambiente, Humberto Rosa apontou a utilização de sacos de plástico e as
situações de poluição pelas suiniculturas.
"Gostaria que tivéssemos concretizado uma regulação do uso de sacos de
plástico sem esperar, como vai acontecer, pelo impulso europeu", já
que a Comissão Europeia tem a decorrer uma consulta pública sobre o
assunto, disse.
"Também no caso da despoluição das suiniculturas, gostaria que se
pudesse ter concretizado o projeto que foi arrastado indevidamente",
salientou.
Nestas como em outras áreas, "há agora toda a oportunidade para o
Governo que segue se afirmar e as materializar", segundo o ainda
secretário de Estado do Ambiente.
Quanto à Lei de Bases do Ambiente, que tem o processo de revisão em
curso, com contributos de vários partidos, o governante referiu que
entre as propostas do PS e do PSD não encontra incompatibilidades ou
contradições e espera que a aprovação se realize com um consenso mais
vasto possível.
A Agência Portuguesa do Ambiente marcou os 40 anos da Comissão
Nacional do Ambiente numa sessão com a presença do único presidente
desta entidade, José Correia da Cunha, referido como o pioneiro e
impulsionador da política ambiental em Portugal, desde 1971, quando já
se detectavam problemas nesta área.
http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1498058

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